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Lamento a perda do grande cartunista Ziraldo, um ícone da cultura brasileira que nos deixou neste último fim de semana. Sua partida deixa um vazio no coração de todos aqueles que cresceram encantados com suas obras e personagens marcantes. Ziraldo foi um mestre em retratar a infância de forma leve, divertida e cheia de ensinamentos, conquistando leitores de todas as idades ao longo de gerações.
Tive a oportunidade de conhecer Ziraldo pessoalmente em Salvador, no ano de 2014, quando o entrevistei para a rádio Excelsior da Bahia na praça principal do Shopping Barra. Sua simpatia e carisma eram cativantes, e pude perceber sua paixão pela arte e pela literatura em cada palavra que compartilhou durante nossa conversa, compartilhada com o amigo jornalista Léo Barsan. Além disso, tive o privilégio de ter uma edição autografada de “O Menino Maluquinho” e Ziraldo fez uma referência carinhosa ao “primo Victor”, devido nosso sobrenome em comum, “Pinto”. De tão apaixonado que sou, guardo com carinho os quadrinhos, os livros, as fotos. Até em festa a fantasia me insiro em Ziraldo e no menino da panela da cabeça.
Como li no X, no perfil de Luan Araújo, com uma imagem do filme de 1995, Ziraldo partiu dormindo. “Como Hortêncio, o avô do Maluquinho, no filme do seu personagem mais famoso. Partiu sereno, como sempre passou para as gerações de crianças que ele encantou”.
Ziraldo deixou um legado inestimável através de suas obras, destacando-se revistas em quadrinhos como “O Menino Marquinho”, livros como “Uma Professora Muito Maluquinha” e a inesquecível “Turma do Pererê”. Seus personagens e histórias atravessaram gerações, encantando e inspirando crianças, jovens e adultos com sua mensagem atemporal de amor, amizade e respeito.
Além de seu talento artístico, Ziraldo também foi um defensor incansável da leitura e da interpretação de texto como base fundamental para a aprendizagem. Sua visão sobre a importância da educação e do desenvolvimento intelectual das crianças é uma bandeira até os dias atuais. Uma marca da promoção do hábito da leitura na formação de indivíduos críticos e criativos. Lembro de ter sublinhado uma fala sua de uma de suas entrevistas na Folha no idos de 2012: “Estudar é importante, mas ler é mais importante que estudar”.
A partida de Ziraldo representa uma perda irreparável para o cenário cultural brasileiro, mas seu legado permanece vivo através das páginas dos livros que continuam a encantar novos leitores a cada dia. Que possamos honrar sua memória celebrando sua contribuição para a literatura infantil e reafirmando o compromisso com a promoção da leitura e do conhecimento, seguindo o exemplo inspirador deixado por esse grande mestre.
Para além de Milton Nascimento que canta “Vida de moleque é vida boa. Vida de menino é maluquinha…”, encerro com um grande mestre chamado Moraes Moreira que embalou a abertura de uma série clássica dos anos 2000 baseada na obra de Ziraldo: a Turma do Pererê. Ele cantava o seguinte no Grande Final: “Eu vim / Pra fazer o carnaval, promessa / Fazer o grande final / Onde tudo de novo começa / Viver dá pé, dá pé viver / Pé de saci / Pererê, pererê, pererê, pererê”. Quem foi da época leu cantarolando. Viva Ziraldo! Ziraldo vive!
Fonte da notícia: Band Notícias BA