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como a China deixou de odiar sci-fi para inovar

Só que a China sempre teve uma relação conturbada com esse gênero literário. Durante a Revolução Cultural, os escritores de ficção científica foram silenciados. E, mesmo após o fim das reformas, quando intelectuais e cientistas passaram a ter um pouco mais de respeito, os escritores não tiveram vida fácil. Em 1983, a ficção científica foi criticada por um jornal do Partido Comunista por “espalhar a pseudociência e promover elementos capitalistas decadentes”.

A coisa só começou a mudar mais recentemente, quando a China entendeu que incentivar a ficção científica era importante para movimentar o terreno fértil da imaginação e da criatividade para conseguir inovar. “É tudo uma questão de economia”, lembro de ter escutado de um dos entrevistados quando perguntei sobre como o governo lidava com a contradição de promover ficção científica ao mesmo tempo que se preocupava com o controle de as narrativas.

Enquanto tomava meu chá verde em um pequeno café de Pequim, um dos entrevistados me apresentou um escritor chamado Liu Cixin e sua obra “O Problema dos Três Corpos”. Ele era um grande sucesso na China, mas ainda desconhecido no Ocidente. Eu nunca tinha ouvido falar dele, mas acabou virando também um objeto da minha pesquisa.

O sucesso de Liu Cixin foi uma coisa impressionante no Ocidente. Já em em 2015, a tradução inglesa de sua obra se tornou o primeiro livro de um escritor asiático a ganhar o Prêmio Hugo de ficção científica para melhor romance.

O sucesso de “O Problema dos Três Corpos” depende do talento de Liu Cixin em criar mundos que extrapolam os sentidos do presente, mas também se beneficiou com políticas do governo chinês que decidiu incentivar – e não restringir – o gênero literário.

O livro original foi lançado em 2008, mas, um ano antes, em 2007, a China havia organizado pela primeira vez na história do país uma convenção de ficção científica e fantasia aprovada pelo Partido Comunista. Um dos convidados era o autor Neil Gaiman. Em uma conversa com o escritor Kazuo Ishiguro, ele contou sobre a sua experiência:




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