A Santa Casa de Misericórdia de Vitória da Conquista realizou, nesta quinta-feira (3), a cerimônia de Diplomação e Recepção dos Médicos Residentes do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP). O evento celebra o início de uma nova etapa na formação desses médicos e reafirma o compromisso da instituição com a educação médica.
A residência médica é um curso de pós-graduação voltado para médicos recém-formados. É uma fase de treinamento prático, na qual os profissionais têm a oportunidade de aplicar os conhecimentos teóricos adquiridos durante a graduação.
Em entrevista ao Jornal Band News desta quinta-feira (3), o médico e Coordenador Preceptor da Comissão de Residência Médica (COREME HSVP), Dr. Marcos Luna, destaca a necessidade de formação prática para o exercício das especialidades:
“É um critério essencial exigido pelo Ministério da Saúde, que pra credenciar um curso de medicina ele precisa ter a perspectiva de colocar o médico formando em treinamento no hospital. O hospital tem que ter ambulatório, emergência, urgência, UTI, enfermarias adequadas, tem que ter uma estrutura adequada pra que esse médico passe por esse processo de formação consistente, baseada em princípios científicos, éticos e profissionais.”
Ao longo dos anos, a Santa Casa tem se atualizado e se capacitado, tanto administrativamente quanto tecnologicamente, para atender às necessidades dos residentes das quatro instituições presentes em Vitória da Conquista.
O médico destaca também a necessidade de um hospital escola para a cidade, enfatizando o crescimento da área:
“Eu tenho treinado os internos e médicos lá na nossa Santa Casa. Mas a tendência é a UFBA, no seu curso, cresça cada vez mais. O curso, já tá formando agora, anualmente 70, 80 médicos estudantes de medicina. A tendência é começar realmente a aumentar e crescer a pressão pra que a UFBA tenha o seu próprio hospital.”
O evento contará com a participação do Dr. Marcos Luna e terá como destaque o 1º Curso de Ética Médica da Residência Médica na Santa Casa. O curso abordará temas fundamentais para a prática profissional, como os fundamentos do Código de Ética Médica, a relação médico-paciente no hospital, a judicialização da medicina e a prática médica na Bahia.
“O médico, por conta de não ser acionado eticamente pelo paciente, ele acaba pedindo esse exame. Desnecessariamente. Isso aumenta o custo da medicina. Aumenta o custo do plano de saúde. Ademais de que o médico, por conta disso, a interação dele com o paciente é cada vez mais tênue. É mais superficial. Ele delega tudo a propriedade armada, a propriedade tecnológica. E a gente sabe que isso não é bom. Por conta disso, a gente precisa realmente ter uma apreensão de que a prática médica hoje exige realmente que a relação médica seja menos técnica, mais humanizada.”, afirma Marcos.
Confira a entrevista completa:
