Ele garantiu, no entanto, que a meta zero “não está rejeitada”. “Porque nós vamos fazer o necessário para cumprir o arcabouço fiscal”, afirmou. “Esse país terá previsibilidade. Ninguém será pego de surpresa com as coisas que queremos fazer, porque será feito ao meio-dia, não à meia-noite, e com todo mundo assistindo.”
Lula nunca foi entusiasta de zerar a meta fiscal. Desde o ano passado, ele diz que ela “dificilmente será cumprida” e que não irá cortar investimentos para cumpri-la.
“Esse país não tem nenhum problema se é déficit zero, se é déficit 0,1%, se é déficit 0,2%”, argumentou Lula em entrevista à Record. “O que é importante é que esse país esteja crescendo, que a economia esteja crescendo, que o emprego esteja crescendo, que o salário esteja crescendo.”
Como tem feito, ele defendeu sua experiência à frente do país e usou as antigas gestões como argumento. “Seriedade fiscal eu tenho mais do que quem dá palpite nessa questão no Brasil”, afirmou Lula.
A fala vai ainda de encontro à defesa de equilíbrio fiscal que a equipe econômica tem promovido. No início do mês, a Fazenda e o Planejamento prometeram um corte de R$ 25,9 bilhões para o ano que vem e propuseram contingenciamento no relatório de despesas de julho. Antes, o receio de aumento de gastos por parte do mercado ajudava na instabilidade —Lula atribuía o crescimento à especulação.
A equipe não detalhou as propostas para este ano. Os ministros Fernando Haddad e Simone Tebet apenas explicaram que uma proposta de bloqueio ou contingenciamento será detalhada no relatório de despesas, a ser apresentado no próximo dia 22 de julho. Segundo eles, os detalhes já foram acertados, mas não foram expostos porque ainda precisam ser apresentados aos ministérios.
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