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Havan: 12 pessoas são indiciadas por fraude com cartão

A soma das compras feitas de forma fraudulenta totaliza um prejuízo de R$ 61.241,15

A Polícia Civil da Bahia, através da 1ª Delegacia Territorial de Vitória da Conquista, concluiu nesta quarta-feira (21) as investigações de 14 inquéritos relacionados a compras de diversos objetos utilizando cartões clonados. As compras foram feitas na Loja Havan da cidade entre os dias 12 e 13 de julho de 2024. Dentre os objetos, a maioria eram eletroeletrônicos.

A soma das compras feitas de forma fraudulenta totaliza um prejuízo de R$ 61.241,15. A Polícia Civil conseguiu recuperar três TVs, dois celulares, cinco caixas de som JBL, um perfume, uma mochila e uma furadeira, o que equivale a R$ 28.437,89, que foi restituído à vítima.

As investigações, iniciadas em 18 de agosto, ouviram 59 pessoas. Foram analisadas diversas imagens de câmaras de segurança da loja, com isso, a Polícia Civil identificou e responsabilizou criminalmente 12 pessoas (cinco mulheres e sete homens) pelas práticas dos crimes de estelionato, receptação simples, receptação qualificada e associação criminosa. Através do Departamento de Inteligência Policial (DIP) da Polícia Civil e do Departamento de Polícia Técnica (DPT), alguns estelionatários também foram identificados pela tecnologia do reconhecimento facial.

Entenda como os crimes foram praticados:

Os cartões clonados foram adquiridos através de anúncios em grupos do aplicativo Telegram, sob a oferta de crédito sem limite. Após receber os dados dos cartões, dois homens começaram a efetuar compras no dia 12 de julho.

O primeiro deles, juntamente com sua esposa, pagou R$100,00 para conhecidos irem à loja Havan, efetuarem as compras de eletroeletrônicos. Após as compras, o marido levava o objeto comprado para um receptor no bairro Candeias que lhe pagava uma parte do valor do objeto em dinheiro. Este homem foi indiciado sete vezes por estelionato e quatro vezes por associação criminosa. A esposa foi indiciada seis vezes por estelionato e quatro vezes por associação criminosa, ela participou de toda a operação criminosa junto ao marido, inclusive digitando a senha do cartão clonado.

Um segundo homem, que é ex-funcionário de um conjunto penal, também adquiriu cartões clonados, fez diversas compras e usou de conhecidos, como sua ex-namorada e parentes, para entrar na loja. Além da unidade de Vitória da Conquista, ele aplicou o mesmo golpe na unidade de Barreiras das lojas Havan no dia 15 de julho, tendo inquérito instaurado pela Polícia Civil da cidade. Ele também aliciou outras pessoas a realizarem compras na loja com o uso de cartões clonados. Dias depois, vendeu grande parte da mercadoria para um receptador que também foi identificado. Ele foi indiciado sete vezes por estelionato e oito vezes por receptação qualificada.

Uma segunda mulher, que foi indiciada pelo ex-funcionário do conjunto penal, é uma dentista que foi indiciada no mês de agosto duas vezes pelo crime de receptação, quando tentou vender materiais odontológicos que foram comprados com cartão clonado. Em um dos dois inquéritos, ela foi indiciada junto ao segundo homem. No dia 13 de julho, ela realizou a compra de um notebook, uma caixa de som BoomBox JBL e um celular com o uso de cartão clonado, o que causou um prejuízo de R$ 7.119,70 à vítima, e, por isso, foi indiciada uma terceira vez em agosto.

Um terceiro homem, vendedor de carros de uma grande revendedora de veículos de Vitória da Conquista, também fez compras com cartão clonado na Havan. Ele foi indiciado duas vezes por estelionato e duas vezes por associação criminosa.

Um quarto homem foi identificado pela polícia. Trata-se de um empresário do ramo de reformas residenciais, como receptador, para quem o primeiro homem havia vendido grande parte dos eletroeletrônicos, três TVs, dois celulares e cinco caixas de som JBL foram recuperados com ele pela polícia, o valor total dessas mercadorias recuperadas é de R$ 27.499, de acordo com a nota fiscal da loja. O empresário alegou que adquiriu os objetos através de um anúncio no Facebook, pagando apenas R$ 11.500 sem a apresentação de nenhuma nota fiscal. Ele foi indiciado 8 vezes por receptação qualificada em 8 inquéritos diferentes.

Uma terceira mulher foi identificada como receptadora porque recebeu um PIX no valor de R$ 1.000 como parte do pagamento feito pelo empresário, que, por sua vez, informou que a conta de origem do pagamento foi indicada pelo primeiro homem. Ao ser interrogada, esta mulher não conseguiu explicar a origem do pagamento, e foi indiciada oito vezes pelo crime de receptação em oito inquéritos autônomos.

Ao todo, foram feitos 29 indiciamentos por estelionato, seis por receptação simples, 16 por receptação qualificada e 11 por associação criminosa. Os investigados respondem em liberdade e qualquer novo crime cometido por eles a partir da data desta quarta-feira (21) terão pedido de prisão representado pela Polícia Civil.

A Polícia Civil orienta a população que a maneira mais segura de saber a procedência na compra de um produto novo é com a apresentação de sua nota fiscal. Além disso, também alerta para não comprar cartões clonados na internet ou em grupos de redes sociais, porque qualquer um que venha a utilizá-los pode ser identificado e responderá, no mínimo, ao crime de estelionato.

Por Matheus Guimarães

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