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Estudo revela relação entre a redução de carnitina no sangue e Alzheimer em mulheres

A carnitina livre é uma molécula fundamental para o metabolismo de ácidos graxos e gorduras no corpo

Pesquisadores brasileiros e norte-americanos descobriram que mulheres com Alzheimer ou com perda de memória leve apresentam níveis reduzidos de uma molécula essencial no metabolismo, a carnitina livre. A pesquisa, publicada na revista Molecular Psychiatry na semana passada, foi financiada pelo Instituto Serrapilheira.

A carnitina livre é uma molécula fundamental para o metabolismo de ácidos graxos e gorduras no corpo. O estudo, conduzido pelo professor Mychael Lourenço, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, identificou uma queda nos níveis dessa molécula no sangue de mulheres com comprometimento cognitivo ou demência, mas esse fenômeno não foi observado em homens com as mesmas condições.

“Descobrimos que a carnitina circulante no sangue está reduzida especificamente em mulheres, mas não em homens com declínio cognitivo. Em nosso estudo, com 95 mulheres e 125 pessoas analisadas no total, notamos que os níveis de carnitina no sangue se correlacionam com o desempenho de memória e cognitivo nas mulheres, algo que não acontece com os homens”, explicou Lourenço.

Essa descoberta pode ajudar a entender o motivo pelo qual o Alzheimer é mais comum em mulheres. Segundo dados, as mulheres têm o dobro de chances de desenvolver a doença em comparação aos homens. Lourenço destacou que a redução de carnitina pode ser um fator importante para o risco aumentado de Alzheimer nas mulheres, e a pesquisa busca explorar essa relação.

Os pesquisadores também estão investigando se a suplementação de carnitina pode prevenir o declínio cognitivo e a demência em mulheres. “Precisamos entender melhor se a queda na carnitina é de fato responsável pelo declínio cognitivo nas mulheres e se a suplementação pode trazer benefícios. São estudos que ainda estão em andamento”, afirmou o professor.

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A doença de Alzheimer, segundo o Ministério da Saúde, é uma condição neurodegenerativa progressiva que afeta a memória, as atividades diárias e pode causar alterações comportamentais e sua causa ainda é desconhecida. Ela ocorre devido ao acúmulo de proteínas mal processadas no cérebro, causando perda de neurônios, principalmente nas áreas da memória e do raciocínio.

Ela se manifesta com sintomas como perda de memória recente, repetição constante de perguntas, dificuldade para realizar tarefas simples e se comunicar, além de irritabilidade, desconfiança, agressividade, passividade, e uma tendência ao isolamento. A pessoa também pode ter dificuldades para dirigir ou encontrar caminhos conhecidos e encontrar palavras para expressar suas ideias ou sentimentos.

A doença tem uma evolução lenta, com uma sobrevida média de 8 a 10 anos. O tratamento busca retardar a progressão, sendo mais eficaz se iniciado cedo. O acompanhamento regular dos sintomas é essencial para avaliar a eficácia do tratamento.

 

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