Enel quer dinheiro de incentivo que hoje é dado à energia solar

Absolar nega prejuízos aos consumidores sem a geração solar. Em estudo encomendado pela associação, a consultoria Volt Robotics prevê economia líquida de R$ 84,9 bilhões nas contas de todos os brasileiros até 2031 com os benefícios para a geração distribuída. “Os consumidores se beneficiam e essa geração própria ajuda a reduzir a conta de luz pelo menor uso de termelétricas e também a economia de água nos reservatórios das hidrelétricas”, destaca.

Sauaia vê “conflito de interesse” na avaliação das distribuidoras. Para o presidente da Absolar, as declarações envolvem uma tentativa de inibir a concorrência. “Quanto mais os consumidores geram a própria energia, menos eles dependem das distribuidoras para atender a suas necessidades”, avalia Sauaia.

O que é o benefício

O subsídio em questão beneficia a geração distribuída de energia. Alvo das críticas dos distribuidores, o incentivo atende, essencialmente, a energia solar para a compensação de 100% das componentes tarifárias que incidem sobre o consumo compensado pela geração de energia excedente injetada na rede da distribuidora até 2045. Conforme a Lei, os custos com a CDE (Conta do Desenvolvimento Energético) são rateados entre os consumidores cativos, que fazem parte do ambiente regulado.

Incentivos à geração distribuída somam R$ 8,5 bilhões em 2024. O valor corresponde a 25,76% de todos os subsídios destinados de energia elétrica neste ano, mostram dados da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). A reguladora estima que os benefícios representam um gasto médio de 12,62% na tarifa dos consumidores residenciais. Sauaia, no entanto, cobra a necessidade de o painel indicar o custo-benefício do incentivo. “Essa conta que a Aneel apresenta é incompleta por apresentar apenas uma face da moeda”, destaca.

Eles misturam as tecnologias no que eles chamam de fonte incentivada, o que esconde aquelas que foram mais beneficiadas historicamente. Não é a energia solar, que é a mais recente e teve menor tempo de uso desses benefícios.
Rodrigo Sauaia, presidente da Absolar


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