Conter o dólar exige cessar-fogo de Lula e Campos Neto
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Como destacado na coluna publicada no sábado (29), a escalada de discursos acusatórios entre Lula e Campos Neto está na base da escalada das cotações do dólar.
Lula já tinha atacado Campos Neto no início de seu governo, nos primeiros meses de 2023, acusando o presidente do BC de operar para manter altas as taxas básicas de juros (taxa Selic), prejudicando a economia. A partir de maio deste ano, Lula voltou a se queixar de Campos Neto, subindo o tom dos ataques, quando o presidente do BC indicou a interrupção do ciclo de cortes da Selic. Nesta segunda-feira, Lula retomou os ataques ao presidente do BC e a reclamar da independência operacional formal do BC.
Campos Neto reagiu, nas semanas anteriores, também com discursos crescentemente agressivos, culpando Lula pela pressão sobre o câmbio. Na sexta-feira, o presidente avançou um sinal que não deveria ter avançado, sugerindo intenção de interferir no BC em 2025, quando o presidente e a maioria da diretoria da instituição terão sido indicados por ele.
Também na sexta-feira, Campos Neto não só reafirmou sua avaliação da culpa de Lula pelo estresse no mercado de câmbio, como avançou, também onde não deveria ter avançado, com críticas à política fiscal do governo. Reforçou com isso os temores do mercado financeiro sobre o cumprimento das metas fiscais estabelecidas, com o consequente desarranjo da política econômica. Também não se moveu para comunicar à praça que a escalada do dólar não se ancorava na realidade da economia, mas apenas em expectativas de agentes do mercado financeiro.
Bagunça institucional
A prova de que os discursos de Lula e de Campos Neto, ambos fora dos limites institucionais, estão provocando instabilidades na economia pode ser localizada na discrepância entre os indicadores bem razoáveis da chamada economia real e a intensificação de manobras especulativas no mercado cambial.
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