Estudo aponta maior risco de doenças cardiovasculares para mulheres após menopausa
O acompanhamento médico durante o climatério é fundamental para reduzir os riscos e garantir a saúde das mulheres nessa fase da vida


Um estudo da Sociedade Brasileira do Coração (SBC) revela que as mulheres se tornam mais vulneráveis a doenças cardiovasculares após a menopausa. Esse aumento de risco está relacionado às mudanças hormonais dessa fase da vida.
Atualmente, cerca de 40% das mulheres brasileiras estão em uma fase anterior à menopausa, conhecida como climatério. Esse período, que ocorre entre os 45 e 55 anos, marca a transição da fase reprodutiva para a não reprodutiva, e é caracterizado por alterações hormonais significativas.
De acordo com o ginecologista Jorge Valente, uma das principais características do climatério são as ondas de calor, também chamadas de fogachos. Esses sintomas são causados pela queda nos níveis de estrogênio e podem durar de poucos segundos a até cinco minutos. Embora possam ocorrer em qualquer parte do dia, eles são mais frequentes à noite, quando as mulheres estão em repouso.
Embora os fogachos não sejam um problema de saúde grave, eles podem causar desconforto, mal-estar e até queda de pressão ou desmaios em alguns casos. A boa notícia é que existem medicamentos que podem amenizar esses efeitos, como medicações fitoterápicas e tratamentos hormonais.
Jorge Valente explica que a reposição hormonal pode ser uma opção para aliviar os sintomas, mas hoje também existem outros tratamentos que não envolvem hormônios. Por exemplo, medicações antidepressivas, que, como efeito colateral, ajudam a melhorar a vascularização alterada pelo climatério.
É importante destacar que, de acordo com os estudos, quanto mais intensos ou prolongados os fogachos, maior é o risco para a saúde vascular. Isso acontece porque os fogachos podem dilatar de forma abrupta os vasos sanguíneos, o que aumenta o risco de doenças cardiovasculares após a menopausa.
A menopausa, que marca o fim da menstruação, costuma ocorrer entre 48 e 53 anos, sendo clinicamente definida quando uma mulher fica um ano sem menstruar. Por isso, o acompanhamento médico durante o climatério é fundamental para reduzir os riscos e garantir a saúde das mulheres nessa fase da vida.
Por Ana Carolina Bastos