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Câncer pode se manifestar somente após 10 anos depois do primeiro contato com HPV

Em entrevista ao Jornal Band News, o ginecologista e obstetra, Maurício Grijó, também falou sobre as formas de prevenção da doença

No mês de Outubro é celebrado o Outubro Rosa, uma campanha de conscientização contra o câncer de mama e de colo do útero. Na semana em também é celebrado o Dia do Médico, a Band Conquista realiza uma série de entrevistas para valorizar essa profissão tão importante para a sociedade.

Nesta sexta-feira (18), o médico ginecologista, obstetra e especialista em exames de imagem, Maurício Grijó, falou sobre a identificação da doença e da importância da realização dos exames preventivos.

Em sua abordagem, o médico ressaltou que o ideal é que o câncer de colo do útero seja descoberto no exame preventivo com o ginecologista, quando o câncer está em fase inicial, apresentando pequenas lesões no colo do útero.

De acordo com o Maurício Grijó, os exames de imagem não conseguem identificar a doença em seus estágios iniciais, mas em quadros mais avançados, quando então será definido qual o tratamento necessário, seja quimioterapia, radioterapia ou cirurgia.

Ele ainda acrescentou que essa identificação, atualmante, também pode ser feita através de uma tecnologia que busca o vírus do HPV no colo do útero antes de apresentar alguma ferida característica da doença.

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Além desta tecnologia, o médico falou sobre as Inteligências Artificiais, que atualmente estão presentes nos exames de imagem e facilitam o diagnóstico, fazendo com que se consiga identificar algumas “estruturas” com mais clareza.

Maurício Grijó ainda também detalhou informações sobre o HPV, uma infecção sexualmente transmissível que é a principal causadora do câncer de colo do útero.

“90% da população sexualmente ativa vai ter contato com o HPV em algum momento, o que é importante a gente saber, se essa infecção o organismo conseguiu resolver ou se é uma infecção que está persistente. Para isso, a gente vai usar, hoje, os testes de biologia molecular, então a gente vai fazer através do teste do cotonete. Colhe um pouco da secreção do colo do útero, manda aquilo para análise do laboratório. Veio o HPV de alto grau, o HPV associado ao câncer de colo do útero, aí, sim, essa paciente vai fazer um novo preventivo. Veio negativo, nenhuma HPV naquela paciente, essa paciente só vai ser vista novamente daqui a cinco anos“

Ele ainda falou da importância da vacinação contra o HPV, que deve ser feita nas crianças e adolescentes para proteger contra a infecção sexualmente transmissível (IST).

Maurício acrescentou que o câncer do colo do útero é um câncer lento, que desde o primeiro contato com o HPV até a apresentação dos primeiros sintomas da doença, podem levar em torno de 10 anos.

O médico aconselha que mulheres que tenham histórico de feridas no colo do útero realizem o exame preventivo anualmente e também falou que, na paciente que apresenta dores pélvicas durante a relação sexual ou tenha algum corrimento diferente do habitual da menstruação, é realizado a ultrassom transvaginal.

Ele também orientou que quando apresentada alguma anormalidade no exame ginecológico, que a paciente retorne no médico que lhe solicitou o exame para que ele a direcione da melhor forma.

Se aprofundando no exame ginecológico, Maurício explicou que o primeiro deve ser realizado logo após a primeira menstruação, por volta dos 12 anos, e a partir daí é feito o acompanhamento da paciente ao longo da sua vida, com um foco maior no período de em que se inicia a vida sexual, no planejamento das gestações e no tratamento da menopausa.

Além dos exames preventivos, de acordo com Maurício, a mamografia é o principal exame a ser realizado para prevenir o câncer de mama. Ele deve ser feito a partir dos 40 anos de idade, mas que mulheres mais jovens com histórico familiar, devem realizar o exame antes.

Segundo o ginecologista, o homem também pode ser acometido pelo câncer de mama, mas é raro, dos casos registrados, somente 1% são em homens e não há um exame de rastreio do câncer de mama, só serão feitos exames em caso de alguma queixa de dores na mama.

Confira a entrevista completa:

Por Matheus Guimarães, sob supervisão

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