Saúde

Ministério da Saúde incorpora vacina para proteger gestantes e bebês do Vírus Sincicial Respiratório

Ministério da Saúde adota novas tecnologias para prevenir complicações do Vírus Sincicial Respiratório em bebês, com foco na imunização de gestantes e prematuros

O Ministério da Saúde anunciou a incorporação de duas novas tecnologias para prevenir complicações graves causadas pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR), uma das principais causas de infecções respiratórias em bebês.

A medida visa reduzir a mortalidade infantil associada ao VSR, através da imunização de gestantes e bebês prematuros. A decisão foi tomada após a recomendação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), na última quinta-feira (13).

Estudos apresentados à Conitec revelaram que a vacina para gestantes pode evitar cerca de 28 mil internações anuais. A combinação das novas tecnologias protegerá aproximadamente 2 milhões de bebês, principalmente nos primeiros meses de vida, período mais crítico para complicações respiratórias.

O VSR é um dos principais responsáveis pela bronquiolite em crianças pequenas. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, destaca a importância da medida: “Esse avanço representa um marco na proteção das nossas crianças, reduzindo internações e melhorando os cuidados para gestantes e bebês.”

Tecnologias recomendadas

A Conitec recomendou a introdução de duas tecnologias inovadoras: o anticorpo monoclonal nirsevimabe, para proteger bebês prematuros e crianças com comorbidades, e a vacina recombinante contra os vírus sinciciais A e B, destinada a gestantes para garantir a proteção dos bebês logo após o nascimento. Ambas as medidas foram avaliadas durante a 137ª Reunião Ordinária da Conitec, que concluiu que elas trarão benefícios significativos, prevenindo hospitalizações e óbitos infantis.

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A portaria oficializando a incorporação dessas tecnologias será publicada em breve. Para o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha, essa é uma importante vitória para o Sistema Único de Saúde (SUS): “É a ciência a serviço da saúde da população brasileira, mostrando que o SUS pode promover bem-estar social e sustentabilidade ambiental, ao priorizar a vida e o cuidado de todos.”

O VSR e seus efeitos

O VSR é responsável por até 80% dos casos de bronquiolite e até 60% das pneumonias em crianças com menos de dois anos. Dados da Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS) apontam que uma em cada cinco crianças infectadas pelo VSR precisa de atendimento ambulatorial, e uma em cada 50 é hospitalizada. Entre 2018 e 2024, 83.740 internações de bebês prematuros ocorreram devido a complicações do VSR.

Atualmente, a principal prevenção disponível no SUS é o palivizumabe, usado principalmente em bebês prematuros e crianças com doenças pulmonares crônicas ou cardiopatias graves. Com a incorporação do nirsevimabe, a expectativa é ampliar a proteção para 300 mil crianças a mais, enquanto a vacina para gestantes poderá beneficiar até 2 milhões de recém-nascidos.

Como funcionam as novas tecnologias?

O nirsevimabe é um anticorpo monoclonal que oferece proteção imediata contra o VSR, sem depender da produção de anticorpos pelo sistema imunológico da criança. Essa característica o torna especialmente eficaz para bebês prematuros e crianças com menos de dois anos que apresentam comorbidades.

Já a vacina recombinante contra os vírus sinciciais A e B estimula a mãe a produzir anticorpos, que são transferidos para o bebê durante a gestação. Isso garante proteção nos primeiros meses de vida, quando as crianças estão mais vulneráveis ao vírus.

Essa nova estratégia é resultado da colaboração entre a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (SAPS), o Programa Nacional de Imunizações (SVSA) e o Departamento de Assistência Farmacêutica (SECTICS).

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