Veja situação do projeto que cria pagamento
Uma medida provisória do mesmo tema foi alvo de rusgas entre o Executivo e o Congresso. Em dezembro de 2020, Bolsonaro culpou Rodrigo Maia (PSDB), presidente da Câmara à época, por não ser concedido o 13º pagamento aos beneficiários do Bolsa Família naquele ano. Maia reagiu e disse que Bolsonaro mentiu. O presidente da Câmara chegou a pautar a votação do 13º do Bolsa Família na Casa, mas depois retirou o tema da ordem do dia.
A proposta de Jader Barbalho, no Senado, contava com um estudo “indicando alternativas para se conseguir recursos”. De acordo com o texto, a análise, realizada pela Consultoria de Orçamento do Senado Federal, foi enviada a Paulo Guedes e previa mais de R$ 38 bilhões, “sem prejudicar as classes mais pobres”. O senador afirma que o valor seria “mais do que suficiente” para viabilizar a 13ª parcela.
O projeto ficou parado até 2023, quando foi enviado à CAE (Comissão de Assuntos Econômicos). A proposta ficou em tramitação na comissão até a última terça-feira (15), quando foi incluída na pauta de uma reunião. A discussão sobre o projeto, no entanto, foi adiada.
Após a retirada da pauta da CAE, Barbalho pediu o arquivamento do projeto. A solicitação foi feita no mesmo dia, apesar do parecer favorável à aprovação da relatora do projeto, a senadora Damares Alves (Republicanos-DF). Na justificativa para a retirada, Barbalho afirmou que o projeto causaria “enorme prejuízo”.
O Governo Federal também tem ressalvas com o texto por seu impacto fiscal. Neste ano, os repasses do Bolsa Família somam R$ 170 bilhões no Orçamento da União, o que indica que uma 13ª parcela do benefício custaria R$ 14 bilhões anuais a mais para o governo federal — aproximadamente o valor calculado por Damares em seu relatório.
Quando o projeto foi protocolado o impacto financeiro para a inclusão do abono natalino era de aproximadamente R$2 bilhões. Com a ampliação do programa, que hoje atende mais de R$20,8 milhões de famílias, o referido pagamento ultrapassaria os R$14 bilhões, causando enorme prejuízo aos cofres públicos.
Justificativa de Jader Barbalho (MDB-PA) para retirada do PL 5061/2020
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