O dentista que criou as pontes para o ‘Vale da Eletrônica’

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Uma das marcas daquele momento era o cooperativismo entre os empresários. Uma empresa ajudava a outra e todas usavam os laboratórios e equipamentos das instituições de ensino. Havia também preocupação para que as novas iniciativas não concorressem com as companhias já estabelecidas.
Naquela fase, as coisas eram feitas com o mínimo de recursos e com a dedicação total dos empresários. Tudo o que nós tínhamos era o apoio da comunidade e uma grande vontade de fazer dar certo
Marcos Goulart Vilela, sócio-fundador da Leucotron Telecom
Essa união entre escolas, poder público e iniciativa privada ficou conhecida mais tarde como “tríplice hélice”. O “milagre” de transformação de Santa Rita do Sapucaí levou Paulinho a palestrar em eventos no país. Em um deles, no BNDES, o dentista teorizou:
Quando ganhamos as eleições, foi um inferno. Todo mundo queria emprego e isso não era possível, mesmo pagando baixos salários. Foi aí que nós optamos por fazer um ‘clientelismo’, um pouco mais criativo. Quando ficávamos sabendo que havia algum aluno desenvolvendo um projeto promissor, a prefeitura quitava o aluguel de um galpão industrial, pelo período de dois anos, e cedia toda a infraestrutura disponível. Começamos com uma e, hoje, temos 47 empresas
Em 1987, Paulinho assumiu a prefeitura de Santa Rita do Sapucaí, após Rogério Toledo Rennó renunciar. Um ano depois, ao fim do mandato, a cidade possuía 54 empresas e tinha virado referencial no país.
Com o aprimoramento dos centros de pesquisa e desenvolvimento, a cidade criou a primeira geração de TV digital do Brasil, atuou na elaboração do 5G e agora trabalha no 6G. Com 40.635 habitantes, o “Vale da Eletrônica” possui, atualmente, mais de 160 empresas de base tecnológica, fabrica cerca de 17 mil produtos e gerou um faturamento de R$ 3,2 bilhões em 2023.
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