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Novembro Azul: redução da potência sexual após câncer de próstata pode ser tratada

Em entrevista ao Jornal Band News, o médico urologista Cláudio Galeno falou sobre prevenções, tratamento e consequência do câncer de próstata

Em entrevista ao Jornal Band News desta quarta-feira (6), o médico urologista Cláudio Galeno explicou como surgiu a campanha do Novembro Azul. Ele reforçou que a campanha pretende chamar a atenção dos homens para o cuidado da saúde, não só com o câncer de próstata.

“Então, o Novembro Azul nasceu numa campanha na Austrália, na qual os homens lá decidiram chamar a atenção de todos pro autocuidado. E hoje, a gente fala muito em Novembro Azul com foco em câncer de próstata, mas isso é uma forma de chamar a atenção dos homens, de que eles também precisam se cuidar, e homem de verdade cuida da saúde. Então, o foco do Novembro Azul é que homens se cuidem e tenham uma atenção especial ao câncer de próstata”

O médico também explicou que pode haver redução na potência sexual do homem após um tratamento contra o câncer de próstata.

“Temos casos e casos, a grande maioria dos homens, depois de um tratamento de câncer de próstata, podem ter uma leve redução da potência sexual, mas essa redução pode ser maior, isso depende do caso. Por exemplo, se você tem um paciente com câncer de próstata inicial, a gente consegue fazer, no caso de uma cirurgia, uma cirurgia com a preservação maior dos nervos, mas se já chega já um paciente com câncer de próstata um pouco mais avançado, a gente precisa, de certa forma, seccionar, cortar os nervos, porque o objetivo do tratamento é a cura da doença, a sequela a gente cuida depois. Mas existe tratamento, depois da cirurgia, para melhorar a potência sexual”

Cláudio também destacou quais são os fatores de risco para os homens desenvolverem o câncer:

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“A idade seria um fator de risco importante, porque quanto mais velho for, maiores são as chances de desenvolver o câncer de próstata. Mas outros fatores de risco conhecidos e consensuais seriam o negro, homens de pele afrodescendentes têm maior chance de ter câncer de próstata, inclusive, são mais agressivos, e o histórico familiar, em primeiro grau de preferência“

Ele ainda acrescentou que os homens devem realizar os exames a cada ano, a partir dos 50 anos, e em caso de apresentar um fator de risco, a partir dos 45 anos.

Existem algumas divergências com relação ao rastreamento do câncer de próstata, entre a Associação Brasileira de Urologia e o Ministério da Saúde, e o médico explicou o motivo disso.

“Existem dois problemas em relação a essa divergência. Um foi um estudo equivocado que foi desenvolvido nos Estados Unidos e depois corrigido, no qual, por volta do ano de 2011, 2012, a Sociedade Americana de Urologia não recomendou mais o rastreio do câncer de próstata. Isso causou um impacto muito grande, porque a gente acaba replicando muito do que, do que tá lá. Mas depois entendeu-se que nesse estudo havia falhas, que foram identificadas e depois corrigidas. Isso aí, essa os Estados Unidos não recomenda. Tudo bem, mas, por outro lado, também estavam achando que estava se tratando muito câncer de próstata. Então, existem, e que fique claro, nem todo câncer de próstata precisa ser tratado. Às vezes a gente chega cedo demais e consegue acompanhar. Então, lá nos Estados Unidos e no mundo inteiro, estavam se achando que estava tratando demais os pacientes. E aí, algumas sociedades, elas não recomendam. Então, existe sim divergência entre as sociedades. Então, o Ministério da Saúde tem uma opinião, a Sociedade Brasileira de Urologia tem outra“

Em contrapartida, o médico expressou sua opinião com relação ao assunto apresentando números de mortes da doença.

“No ano passado morreram 17 mil homens no Brasil por câncer de próstata. Isso quer dizer um homem, 44 homens por dia morrem por câncer de próstata. Então, será assim não vale a pena diagnosticar e individualizar cada caso, se trata ou se não trata. Então, câncer de próstata é o segundo câncer mais letal no homem. Só, só mata menos do que câncer de pulmão“

Cláudio ainda falou sobre a apresentação de sintomas do câncer de próstata.

“Os principais sintomas da próstata são causados pelo crescimento benigno da próstata. Então, se algum ouvinte tiver com algum problema para urinar, provavelmente é um crescimento da próstata. Agora, se a gente tiver falando em sintomas do câncer de próstata, é muito importante lembrar que na fase inicial, o câncer de próstata não causa nenhum sintoma. É nesse período que a gente consegue dar o diagnóstico e tratar com a chance de cura acima de noventa por cento. Agora, quando a gente fala num paciente que desenvolve sintomas, aí, na maioria das vezes, já é uma doença sem cura”

Confira a entrevista aqui:

Por Matheus Guimarães, sob supervisão

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