Nova tecnologia para detectar terras raras é testada na Bahia com protótipo de coletor passivo
Protótipo desenvolvido por equipe de pesquisa em Novo Horizonte pode reduzir custos e impactos ambientais na prospecção mineral

Um projeto de pesquisa em desenvolvimento na Bahia criou um protótipo de coletor passivo de nanopartículas voltado à detecção de terras raras, um conjunto de elementos químicos estratégicos para a indústria de alta tecnologia. A fase de testes foi realizada na área da Mineradora Tabuleiro, no município de Novo Horizonte.
Além da criação do equipamento, o estudo realizou um mapeamento tecnológico dos tipos de coletores aplicados à prospecção mineral. O objetivo é ampliar as formas de detecção com menor custo operacional e impacto ambiental, utilizando geogases emanados do subsolo em vez de métodos invasivos, como sondagens convencionais.
As terras raras são compostas por 17 elementos, os 15 lantanídeos, além do escândio e do ítrio e estão presentes naturalmente em minérios. A demanda global por esses materiais vem crescendo devido ao seu uso em tecnologias avançadas, como carros elétricos, smartphones e turbinas eólicas. A China lidera a produção e reservas mundiais, com cerca de 42 milhões de toneladas. O Brasil, com mais de 20 milhões de toneladas, ocupa posição de destaque e tem alto potencial de expansão, dependendo de investimentos em pesquisa e desenvolvimento.
Os protótipos foram projetados pela equipe de Desenvolvimento de Projetos Mecânicos, impressos em Manufatura Aditiva (tecnologia 3D), montados e instalados em campo. Após a captação dos chamados nanogeogases, as amostras foram analisadas com o uso de Microscopia Eletrônica de Transmissão em laboratório especializado da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Os resultados preliminares foram positivos, com identificação de elementos de terras raras e traços de metais estratégicos como cobre e tântalo. Para as próximas fases, os pesquisadores propõem ajustes no design dos coletores, testes em diferentes períodos do ano e comparação com dados obtidos por sondagens tradicionais.
O projeto é parcialmente financiado pela EMBRAPII (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial), em parceria com o Senai Cimatec.