Morre o Papa Francisco aos 88 anos: líder da Igreja Católica marcou era de reformas e empatia
Argentino e primeiro pontífice jesuíta, Papa Francisco conquistou fiéis ao redor do mundo com discursos em defesa dos pobres, do meio ambiente e da inclusão
O Vaticano anunciou, na manhã desta segunda-feira (21), a morte do Papa Francisco, aos 88 anos. Jorge Mario Bergoglio, argentino e primeiro papa latino-americano da história, faleceu no Palácio Apostólico após complicações de saúde que se agravaram nas últimas semanas. Ele estava no comando da Igreja Católica desde março de 2013, quando sucedeu Bento XVI.
Durante seu pontificado, Papa Francisco se destacou por uma postura progressista em diversas frentes. Enfrentou temas sensíveis, como os abusos sexuais cometidos por membros do clero, a crise climática, a desigualdade social e os desafios da migração. Seu estilo simples, próximo dos fiéis e avesso a luxos, conquistou milhões ao redor do mundo.
Francisco foi o primeiro jesuíta e o primeiro papa nascido fora da Europa em mais de 1.200 anos. Escolheu o nome Francisco em homenagem a São Francisco de Assis, símbolo de humildade e defensor dos pobres — causas que o pontífice abraçou com vigor.
Nos últimos meses, o Papa enfrentava problemas de saúde, incluindo dificuldades respiratórias e mobilidade reduzida, o que o levou a limitar aparições públicas e a delegar funções. Ele ficou internado por quase 40 dias no Hospital Gemelli, em Roma, e recebeu alta no dia 23 de março, enquanto se recuperava de uma pneumonia nos dois pulmões.
A notícia da morte de Francisco repercutiu em todo o mundo e também no Brasil, especialmente entre autoridades e fiéis baianos.
Na internet, o governador Jerônimo Rodrigues destacou a atuação do pontífice, principalmente “em prol dos pobres, dos esquecidos e dos que mais precisavam de justiça e dignidade”.
O prefeito de Salvador, Bruno Reis, salientou o legado do papa e relembrou o “cuidado com o próximo e o respeito às diferenças, além de ser um defensor do meio ambiente e da inclusão social”.
O senador Otto Alencar (PSD) publicou nota de pesar, destacando os “ensinamentos sobre amor, humildade e justiça” deixados por Francisco.
Já o ministro da Casa Civil, o baiano Rui Costa (PT), lembrou de quando conheceu pessoalmente o papa e ressaltou “gestos grandiosos do pontífice com humildade, resiliência e amor”.
Líder da bancada baiana na Câmara dos Deputados, Lídice da Mata (PSB) destacou o fato de Francisco ter sido “o primeiro latino-americano a ocupar o cargo” e citou a coincidência de sua morte ter ocorrido justamente após o fim da Quaresma.
Uma missa será realizada às 17h desta segunda-feira na Catedral Basílica do Santíssimo Salvador, em Salvador, presidida pelo cardeal Dom Sérgio da Rocha, como forma de despedida e homenagem ao legado do primeiro pontífice sul-americano.
Dom Sérgio da Rocha, atual arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, é apontado como um dos sete possíveis candidatos brasileiros ao posto máximo da Igreja Católica. Aos 65 anos, ele fará uma declaração oficial sobre o falecimento do papa às 11h, na Catedral Basílica do Santíssimo Salvador, no Pelourinho.
Nascido em Matão, no interior de São Paulo, Dom Sérgio foi feito cardeal pelo próprio Papa Francisco em 2016, e já ocupou os cargos de arcebispo de Brasília e presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). Ele é o único cardeal latino-americano integrante do G-9, o grupo restrito de nove cardeais que assessora o Vaticano em decisões estratégicas.
Além de Dom Sérgio, outros brasileiros cotados para o conclave são:
– Orani Tempesta (arcebispo do Rio de Janeiro, 74 anos),
– Paulo Cezar Costa (arcebispo de Brasília, 57 anos),
– João Braz de Aviz (arcebispo emérito de Brasília, 77 anos),
– Leonardo Ulrich Steiner (arcebispo de Manaus, 74 anos).
O novo papa será escolhido por meio de um conclave, que deve começar em até 20 dias. Segundo o Vaticano, 138 cardeais estão aptos a participar da votação.
