Mês da Mulher na BAND FM: Entrevista com Rosa Aurich
A Médica otorrinolaringologista, diretora do São Lucas Day Hospital, produtora cultural e estudante de filosofia, Rosa Aurich, compartilhou um pouco da sua trajetória e abordou temas, como medicina e educação

A medicina, em sua diversidade, oferece uma atuação multidisciplinar, incluindo atendimento clínico, especializado, cirurgias e exames complementares. Nos últimos anos, a presença de mulheres na área tem aumentado, resultando em contribuições significativas.
Em entrevista ao Jornal Band News desta quinta-feira (20), a médica otorrinolaringologista, diretora do São Lucas Day Hospital, produtora cultural e estudante de filosofia, Rosa Aurich, compartilhou um pouco sobre os desafios da luta feminina:
Eu, desde muito nova, eu sempre fui muito livre, muito independente. Então, as coisas que causavam desconforto, eu tinha outros desconfortos, de outras faltas, que o meu foco não estava na percepção das dificuldades em relação ao universo da mulher. Era muito mais sobre o perrengue mesmo, da corrida, de precisar da grana, de não ter carro, das dificuldades próprias de uma menina de uma classe média baixa. Então, assim, eu acho que os desafios estão, até dentro da FAB, que eu sou da Força Aérea Brasileira, eu sempre tive uma habilidade muito grande na comunicação.”
A médica destaca ainda que, para enfrentar o machismo estrutural na medicina, são necessárias ações que envolvam a família:
A medicina tem um procedimento hierárquico que a ciência pede, que está vinculado justamente aos processos, aos métodos que são necessários. E durante muito tempo, pela formação e pela cultura, realmente eram os homens que ocupavam esses lugares. Eu acho que dentro do ambiente do trabalho, especificamente, a maior parte desses processos está vinculada a essas hierarquias. Eu acho que o que pode melhorar tudo isso é o processo educacional dentro dos lares.”
Conciliar a rotina de uma médica, gestora hospitalar, gestora cultural, estudante de filosofia, mãe e esposa é uma tarefa desafiadora. Rosa afirma que a formação acadêmica foi fundamental para lidar com todas as demandas.
Eu acho que assim a medicina ajudou muito porque a medicina quando você faz uma formação, e como eu fiz na minha primeira especialização foi clínica médica eu era intensivista e atendia também atendimento, emergência eu já trabalhei em um hospital em Santo Amaro que eu atendia uma média num plantão de 24 horas de 70, 80 pacientes sozinha, e você tinha que atender tudo, tiro, facada, parto, não sei o que e isso traz pra você um senso de caixinhas organizadas nesses processos que lhe deixam um pouco os processos bem estabelecidos e nisso você trabalhar com a vida, com isso tudo que você disse, sem o risco de alguém morrer é muito confortável”, afirma.
A médica concluiu destacando que o conhecimento, especialmente por meio das formações acadêmicas, é essencial para quebrar as barreiras.
Pras mulheres pra esse mercado que a gente tem pra todas as dificuldades, os preconceitos toda vez que você estuda se capacita, e diz a que você veio, é difícil que as pessoas resistam a você.”
Confira a entrevista completa:
Por Amanda Motta