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 Entenda o que é o Conclave e como ocorre a escolha do novo papa

O processo é tradicional, altamente simbólico e cercado de rituais que atravessam séculos: o Conclave, que deve escolher o sucessor em 15 dias.  

Nesta segunda-feira (21), o mundo foi surpreendido com a notícia do falecimento do Papa Francisco, aos 88 anos, após um AVC (Acidente Vascular Cerebral) e uma insuficiência cardíaca. Com isso, a Igreja Católica entra em um período de luto de 20 dias e transição que culminará na escolha de um novo papa.

O Conclave é o processo de eleição de um novo papa e uma das cerimônias mais antigas e solenes da Igreja Católica. A palavra tem origem no latim cum clavis, que significa “com chave”, remetendo ao confinamento dos cardeais em local fechado, longe de qualquer tipo de influência externa, até que seja feita a escolha do novo líder da Igreja.

Esse método sigiloso começou a ser utilizado na Idade Média como forma de proteger a independência do colégio cardinalício e assegurar uma decisão guiada apenas pela oração e reflexão espiritual.

De acordo com a Constituição Apostólica, Universi Dominici Gregis, publicada por São João Paulo II em 1996, após a morte ou renúncia de um papa, os cardeais eleitores devem aguardar no mínimo 15 dias e no máximo 20 para iniciar o Conclave. Durante esse tempo, o Vaticano entra em um luto oficial, e a Sé Apostólica é declarada vacante ou seja, que está vago.

No caso do Papa Francisco, que faleceu nesta segunda-feira, espera-se que o Conclave seja iniciado entre os dias 6 e 11 de maio, respeitando o período de luto e preparação.

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Apenas cardeais com menos de 80 anos de idade têm direito a voto. Atualmente, são 117 os cardeais eleitores que deverão se reunir na Capela Sistina, dentro do Vaticano, onde permanecerão em isolamento total até que um novo papa seja escolhido.

Durante o Conclave, os cardeais participam de rodadas de votação (chamadas de escrutínios). Para que um novo papa seja eleito, é necessário alcançar uma maioria de dois terços dos votos. Caso nenhum nome atinja esse número, novas votações são realizadas duas vezes por dia.

Ao final de cada rodada de votação, os boletins são queimados em uma chaminé especial da Capela Sistina. Se a fumaça que sai for preta, significa que ainda não houve consenso. Quando a fumaça se tornar branca, o mundo saberá que um novo papa foi escolhido.

Em seguida, o novo papa é convidado a aceitar a eleição e escolher o nome que usará. O tradicional anúncio é feito da sacada da Basílica de São Pedro, com a frase: “Habemus Papam” (“Temos um Papa”).

Embora profundamente espiritual, a escolha de um papa é também um processo político. Os cardeais avaliam o perfil, a origem e as visões teológicas e pastorais de cada candidato. A decisão final moldará o rumo da Igreja Católica nos próximos anos.

Enquanto o mundo católico se despede de Francisco, que marcou sua década de pontificado com uma mensagem de inclusão, cuidado com os pobres e diálogo inter-religioso, os olhares se voltam agora para o Vaticano e para os homens que, trancados cum clavis, escolherão aquele que será o próximo líder espiritual de mais de 1,3 bilhão de fiéis.

Atualmente, a lista de prováveis sucessores mais cotados consta com: Cardeal Pietro Parolin, Cardeal Peter Erdo, Cardeal Willem Eijk, Cardeal Mario Grech, Cardeal Luis Antonio Tagle e Cardeal Matteo Zuppi. Além disto, há três nomes de arcebispos cotados, são Dom Sérgio da Rocha, Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Jaime Spengler, Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e Arcebispo de Porto Alegre.

por Ana Flávia Costa, sob supervisão

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