Economia

Dívidas podem afetar sono, relacionamentos e seu futuro: como sair dessa?

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As famílias que estão com contas em atraso são consideradas inadimplentes.

O maior problema do endividamento ocorre quando a tomada de crédito se dá de forma não planejada e gera grande comprometimento do orçamento familiar — a chance de a família se tornar inadimplente e a dívida se transformar numa bola de neve são grandes. O máximo que considero seguro de endividamento é 30% do orçamento, para não comprometer o conforto da família.

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Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em março/24 cerca de 78% das famílias brasileiras estavam endividadas e 28,6% estavam inadimplentes.

Dentro do planejamento financeiro, o crédito, quando bem utilizado, é uma ferramenta poderosa que ajuda as famílias a aumentar seu patrimônio através do financiamento de bens de alto valor agregado, como casa e carro. Porém, a realidade mostra que em consequência do cenário econômico adverso dos anos 2016-2022, com baixo crescimento econômico, pandemia, altas taxas de juros, desemprego e inflação, aliado à falta de educação financeira e de planejamento, fizeram com que muitas famílias se endividassem.

A maioria optou pelas linhas de crédito mais caras como cartão de crédito e cheque especial, usados, majoritariamente, para comprar comida, o que levou ao comprometimento do orçamento doméstico além do limite máximo recomendável de 30%. Muitas famílias caíram no superendividamento (com mais de 50% do orçamento mensal tomado por dívidas, de maneira que há comprometimento do pagamento das despesas essenciais como alimentação, moradia e saúde) e na inadimplência.

Se no campo familiar as dívidas tiram a paz do devedor e aumentam sua vulnerabilidade socioeconômica, no campo macroeconômico o alto endividamento da população também é um fator que compromete o ritmo de retomada do crescimento econômico — os endividados têm sua capacidade de consumo diminuída em função das dívidas já existentes, o que ‘trava’ o ciclo econômico.

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