Dia Mundial do Lúpus chama atenção para a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado
Celebrado em 10 de maio, o Dia Mundial do Lúpus busca ampliar a conscientização sobre essa doença autoimune crônica, que afeta milhões de pessoas no mundo, muitas vezes de forma silenciosa e com graves impactos na saúde física e emocional

O Dia Mundial do Lúpus, celebrado anualmente em 10 de maio, tem como principal objetivo ampliar a conscientização sobre o Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), uma doença inflamatória crônica, de origem autoimune, que pode comprometer diversos órgãos e tecidos do corpo, como a pele, articulações, rins, pulmões, coração e até o cérebro. A data é promovida por instituições como a Federação Mundial de Lúpus e a World Lupus Foundation, que buscam dar visibilidade aos desafios enfrentados pelos pacientes, combater o preconceito e defender o acesso a diagnóstico precoce, tratamento adequado e suporte contínuo.
Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, estima-se que entre 150 mil e 300 mil pessoas vivam com lúpus no Brasil. No mundo, mais de cinco milhões de indivíduos são afetados, sendo a maioria mulheres em idade fértil, entre 20 e 45 anos, um dado que reforça a importância de atenção especial à saúde feminina nesse contexto.
O lúpus pode se manifestar de duas formas principais: o lúpus cutâneo, que afeta principalmente a pele, e o lúpus sistêmico, mais grave, que atinge órgãos internos. Entre os sintomas mais comuns estão lesões avermelhadas no rosto (em forma de “asa de borboleta”), dores nas articulações, fadiga intensa, febre de origem indefinida, inflamações nos rins e no coração, além de alterações neurológicas em casos mais avançados. Por ser uma doença de múltiplas faces, o lúpus é frequentemente confundido com outras enfermidades, o que pode atrasar o diagnóstico.
O diagnóstico é feito por meio da combinação entre avaliação clínica e exames laboratoriais. Um reumatologista é o profissional indicado para conduzir essa investigação, que pode incluir exames de sangue, urina e testes imunológicos. Apesar de não haver cura, o lúpus pode ser controlado com o uso de medicamentos como anti-inflamatórios, corticoides, imunossupressores e terapias biológicas. O tratamento deve ser individualizado, com foco em reduzir inflamações, controlar os sintomas e prevenir crises.
Além da medicação, mudanças no estilo de vida são fundamentais para manter a qualidade de vida: evitar exposição direta ao sol, controlar infecções, reduzir o estresse e seguir à risca as orientações médicas são atitudes que ajudam a estabilizar a doença. A adesão ao tratamento é crucial para evitar complicações graves e hospitalizações.
Em Vitória da Conquista, pacientes com lúpus contam com atendimento em instituições como o Hospital São Geraldo, o Hospital IBR e a Santa Casa de Misericórdia, além das Unidades Básicas de Saúde (UBSs), que realizam o acolhimento inicial e encaminhamentos via Sistema Único de Saúde (SUS). Já na capital, Salvador, centros de referência como o Hospital Universitário Professor Edgard Santos (HUPES-UFBA), a Clínica SER da Bahia, o Hospital da Bahia e os serviços especializados em reumatologia oferecem suporte mais avançado para casos complexos.
Neste 10 de maio, ações educativas, campanhas informativas e eventos de mobilização ocorrem em diversas partes do mundo. A data busca não apenas informar, mas também quebrar estigmas, fortalecer redes de apoio e cobrar investimentos em pesquisa científica e políticas públicas que garantam atendimento digno e eficaz aos portadores da doença.
Muitas celebridades têm contribuído para dar visibilidade ao lúpus, compartilhando suas experiências e desafios com a condição. Entre elas:
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Selena Gomez: Diagnosticada em 2013, a cantora e atriz passou por quimioterapia e chegou a realizar um transplante de rim devido a complicações do lúpus.
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Lady Gaga: Revelou em 2010 que tem predisposição genética para a doença, embora não manifeste sintomas clínicos.
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Astrid Fontenelle: A apresentadora brasileira foi diagnosticada com lúpus em 2012 e frequentemente relata os impactos da doença em sua rotina.
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Halsey: A cantora norte-americana revelou recentemente que foi diagnosticada com lúpus, ressaltando a importância do acolhimento e do cuidado médico adequado.
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Outros nomes conhecidos que já foram associados à doença incluem Toni Braxton, Michael Jackson, Seal, Trick Daddy e Kim Kardashian.