De volta ao topo da F2,Bortoleto revela verdade sobre testar Indy
Atual campeão da Fórmula 3 e piloto da equipe Invicta na Fórmula 2 2024, o brasileiro Gabriel Bortoleto, da academia da McLaren, cravou hoje a pole position da etapa de Ímola, voltando à posição de honra na categoria suporte da Fórmula 1 após ser o mais rápido no quali inaugural do ano, no Bahrein.
O resultado de Bortoleto chega em momento importante, após Gabriel ter má sorte nas rodadas de Jeddah e Austrália. Além disso, a ‘reação’ desta sexta-feira vem após o CEO da McLaren, Zak Brown, ter ‘deixado no ar’, ao podcast Beyond the Grid, que o brasileiro deve testar pela marca papaia na IndyCar.
Em entrevista ao Motorsport.com na Itália nesta quinta-feira, o piloto respondeu questionamentos da reportagem brasileira, abordando seu momento na F2 e também a possibilidade de testar na Indy — ele garante, porém, que seu foco é ir para a F1.
Zak Brown, CEO, McLaren Racing
Foto de: Alexander Trienitz
“Tivemos problemas técnicos [na Arábia Saudita e em Melbourne] que infelizmente estavam fora do controle, ou seja, nada que a equipe ou mesmo eu pudéssemos consertar… coisas que acontecem em corridas. Sim, passamos por momentos difíceis em Jeddah e na Austrália, então não pudemos ‘correr propriamente’, mas estou confortável com equipe e carro. Minha expectativa [para Ímola] é obviamente ir bem, porque começamos bem no Bahrein, então não vejo motivo para não repetirmos isso”, começou.
“Com relação ao Kush [Maini, companheiro indiano na Invicta], nos damos muito bem e trabalhamos bem com o time. Acho que ambos tivemos uma boa experiência até o momento com eles (equipe) e acho que estamos fazendo um grande trabalho como companheiros para desenvolver o carro e colocá-lo na melhor janela de operação possível”, continuou Bortoleto, antes de responder ao Motorsport.com sobre a manifestação de Zak Brown acerca do teste de Gabriel na IndyCar com a Arrow McLaren.
Gabriel Bortoleto, Invicta Racing and Kush Maini, Invicta Racing
Foto de: Simon Galloway / Motorsport Images
“Ele (Brown) pode dizer mais sobre isso do que eu: ele é o chefe, decide muita coisa para mim, eu confio nele. Zak é um cara que gosta de corrida, como eu. Acho que ele tem os melhores interesses para a McLaren e para mim mesmo. Realmente gosto de Zak pois sempre que falamos ele me dá oportunidades e, digamos, importantes conversas e dicas para o futuro. Ele sabe o que é meu objetivo, que é ser um piloto de F1. E ele quer me preparar para ‘chegar lá’, imagino…”, afirmou Bortoleto, que prosseguiu.
“Com certeza, ele quer os melhores pilotos para o seu time. Se estou na McLaren hoje como piloto júnior é porque eles acreditam em mim de alguma forma, e eles querem me preparar para, um dia, ser capaz de andar na F1. E não acho que andar em outras categorias, testar, ou até correr, é ruim. Você aprende, é conhecimento que serve para o futuro. Acho que Zak tem uma visão de mais longo prazo que eu. Ainda sou um jovem seguindo um sonho.”
“Acredito em Zak e na McLaren para tomar as melhores escolhas para o meu futuro e me colocar em condições para competir em F1”, disse Gabriel, que também foi questionado sobre o compatriota Felipe Drugovich, campeão da F2 2022 e ‘só’ reserva da Aston Martin F1 em 2023, sem quaisquer titularidades.
Felipe Drugovich, Reserve Driver, Aston Martin F1 Team, Mike Krack, Team Principal, Aston Martin F1 Team, celebrate with Fernando Alonso, Aston Martin F1 Team, 3rd position, after the race
Foto de: Dom Romney / Motorsport Images
“Não vejo razão para não competir. Não sei o que aconteceu com Drugovich, mas sinto que Zak está me ajudando nas minhas escolhas. E sei que ele continua em contato com o Fernando [Alonso]”, ponderou Gabriel, citando o espanhol bicampeão da F1 que é dono da A14 Management, que agencia Bortoleto.
“Eles sabem do meu objetivo, eles sabem onde quero estar, e eles também têm os mesmos interesses, creio. Então, por que eu não iria correr se posso continuar aprendendo e também aprender novas coisas?”, destacou o piloto, antes de responder sobre o capacete especial em tributo a Ayrton Senna.
“É um prazer e honra poder usar esses cores. Fiz isso em parceria com a família Senna e o Instituto Ayrton Senna, pedi permissão a ele e eles ficaram super felizes em me deixar honrar Ayrton assim. Espero que seja um bom tributo. E também vou usar em Mônaco, onde ele é o rei”, completou Gabriel.