Conclave começa dia 7 com todos os cardeais em Roma e expectativa por novo papa
Favoritos ao papado reúnem diversidade de nacionalidades, perfis e visões sobre o futuro da Igreja

Todos os 133 cardeais eleitores que participarão do conclave já estão em Roma, na Itália. A informação foi confirmada nesta segunda-feira (5) por Matteo Bruni, diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé. O conclave terá início na próxima quarta-feira (7), e definirá quem será o novo papa da Igreja Católica.
Enquanto os últimos ajustes são feitos na Capela Sistina, local das votações, o clima no Vaticano é de silêncio e expectativa. A partir do meio-dia desta segunda, todos os funcionários envolvidos no processo fizeram um voto de sigilo e prometeram manter confidencialidade total sobre tudo o que acontecer durante a eleição.
Os cardeais ficarão hospedados na Casa Santa Marta e também na antiga Santa Marta, podendo se deslocar livremente até a Capela Sistina, inclusive a pé, por um caminho reservado e isolado do restante do Vaticano.
Do lado de fora, a Praça São Pedro passa por uma verdadeira transformação. Um guindaste foi usado para instalar as tradicionais cortinas de veludo vermelho na varanda central da Basílica de São Pedro de onde será anunciado o nome do novo pontífice, com a frase “Habemus Papam”.
Um gesto antes da despedida
Apesar do foco no conclave, um gesto simbólico do papa Francisco ganhou destaque nas últimas horas: ele doou o papamóvel usado durante seu pontificado à Faixa de Gaza. O veículo será adaptado para funcionar como hospital móvel, com atendimento voltado especialmente a crianças palestinas feridas pelos ataques em meio ao conflito com Israel.
Diversidade entre os favoritos
Com a expectativa em torno da sucessão de Francisco, os olhos do mundo se voltam para os possíveis candidatos ao papado. Os favoritos reúnem uma diversidade de perfis — progressistas, moderados e conservadores — além de representarem diferentes regiões do planeta.
Jean-Marc Aveline (França)
Arcebispo de Marselha e nascido na Argélia, é conhecido por seu diálogo inter-religioso, simplicidade e afinidade com o papa Francisco. Doutor em Teologia, tem 66 anos e desponta como possível primeiro papa francês desde o século 14.
Péter Erdő (Hungria)
Com 72 anos, é considerado o nome conservador mais forte do Leste Europeu. Ex-cardeal mais jovem do mundo, tem postura pragmática e ampla atuação na Europa e África.
Mario Grech (Malta)
Aos 68 anos, é secretário-geral do Sínodo dos Bispos e símbolo das reformas de Francisco. Evoluiu de um perfil tradicional para uma postura mais aberta e acolhedora.
Juan José Omella (Espanha)
Missionário, com 79 anos, tem forte atuação social e foi promovido a cardeal por Francisco em 2016. É arcebispo de Barcelona e defensor de uma Igreja mais próxima dos pobres.
Pietro Parolin (Itália)
Secretário de Estado do Vaticano desde 2013, tem 70 anos e ampla experiência diplomática. Conduziu diálogos com China, Venezuela e Vietnã, mas enfrenta críticas de alas conservadoras.
Luis Antonio Tagle (Filipinas)
Chamado de “Francisco Asiático”, é uma das principais lideranças progressistas da Igreja. Com 67 anos, lidera o Dicastério para a Evangelização e pode ser o primeiro papa asiático.
Joseph Tobin (Estados Unidos)
Tem 73 anos e se destacou pelo trabalho pastoral com comunidades LGBTQIA+ e migrantes. Enfrentou escândalos de abuso sexual na Arquidiocese de Newark com postura firme e transparente.
Leonardo Ulrich Steiner (Brasil)
Primeiro cardeal da Amazônia, é franciscano e defensor de causas ambientais e sociais. Tem 74 anos e forte atuação pastoral na região amazônica.
Peter Turkson (Gana)
Com 76 anos, é um dos nomes mais respeitados do continente africano. Defensor da justiça social, já liderou importantes departamentos da Cúria Romana e poderia ser o primeiro papa da África Subsaariana.