Há várias situações em que um avião possa entrar em estol (perda de sustentação). Uma delas é ultrapassar o limite máximo de inclinação, impedindo que o ar circule sobre a parte de cima da asa. Assim, o ar tem contato somente na parte da frente e o arrasto exige uma força bem maior do que se a placa estivesse na posição horizontal. Além disso, a própria redução da velocidade de um avião também pode ser uma causa, já que o ar que passa pela asa não é suficiente para a sustentação.
Outro motivo — uma das hipótese da queda do avião da Voepass — é o acúmulo de gelo nas asas. O local onde houve a queda do avião tinha um alerta para “formação severa de gelo”. Um possível acúmulo de camadas de gelo sobre as asas pode mudar a curvatura delas. Assim, há perda de sustentação.
Se muda demais essa curvatura, a aeronave perde a sustentação e, nesses casos, é como se ele deixasse de ser um avião e passasse a ser uma como uma pedra, que foi o que vimos hoje.
Raul Marinho, piloto e presidente do BGAST (Grupo Brasileiro de Segurança da Aviação Geral)
Nos aviões de pequeno porte, a alerta sobre aproximação de estol pode ser com um sinal sonoro similar a uma buzina. Mas as aeronaves comerciais costumam ter um sistema que emite uma vibração no manche.
No caso do gelo, há dispositivos que podem servir como uma espécie de resistência. Quando o gelo começa a se formar, a resistência esquenta a asa e derrete o gelo. Outra possibilidade é uma capa de borracha que faz movimentos para quebrarem o gelo quando ele se forma.
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