Campanha ‘Dezembro Vermelho’ busca conscientizar população e prevenir as ISTs
Em entrevista à Band Conquista, a médica infectologista e professora do curso de Medicina da Unex, Carolina Palmeira, afirma que o uso de preservativos é o método mais eficaz para prevenir a transmissão das infecções
O Dezembro Vermelho é a campanha de conscientização sobre o HIV/AIDS e outras IST (Infecções Sexualmente Transmissíveis).
A médica infectologista e professora do curso de Medicina da Unex, Carolina Palmeira, destacou durante entrevista ao Jornal Band News desta quinta-feira (12) que, independente de idade, sexo ou orientação sexual, qualquer pessoa está propensa a se infectar por alguma IST:
O que era o paciente que tinha qualquer maior probabilidade, não existe mais isso. A nossa incidência mudou, a nossa prevalência mudou, a epidemiologia toda da doença modificou. A gente hoje vê jovens independente do sexo, feminino e masculino, independente de cis ou trans, homo ou hétero. Então a gente não tem mais essa prevalência tão importante. O que a gente vê é que qualquer pessoa que tenha relacionamento sexual, está apta. Então a gente vê aí realmente o leque abrindo e principalmente conscientizando todo mundo a usar o preservativo”
O uso de preservativos é o método mais eficaz para prevenir a transmissão dessas infecções. A camisinha deve ser usada em todas as relações sexuais, independentemente de serem vaginais, anais ou orais.
Algumas dessas infecções podem ser assintomáticas. A médica pontuou algumas das principais infecções:
Hoje a gente tem a sífilis, que é uma das doenças mais conhecidas, mais antigas de conhecimento que a gente ainda luta com ela, ainda temos a medicação, a primeira que era a benzetacil, ela continua ainda servindo. Nós temos a gonorreia, o HPV que tem tratamento, tem a vacina contra os principais quatro HPVs que causam câncer e ela está disponível, então a gente precisa cada vez mais falar sobre isso. Então as infecções sexualmente transmissíveis, elas na maioria das vezes são tratadas e a gente precisa cada vez mais que as pessoas se testem. Diminua o preconceito para chegar até o teste”
Antes conhecidas como DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis), a sigla foi modificada para ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis) com o objetivo de aprimorar a comunicação em saúde pública, reduzir estigmas e desmistificar os cuidados e a prevenção.
O pensamento ainda é extremamente retrógrado, o vírus ele vem embutido com um preconceito muito grande, de entrar no ambiente para pegar a medicação, de entrar no ambiente para fazer exames, então é completamente de uma forma desnecessária. Tanto que a gente era DST AIDS e hoje é o CAAV, Centro de Atenção e Apoio a Vida. É a vida que a gente está buscando e com qualidade cada vez mais”, afirma a Carolina.
Segundo a médica, os medicamentos anti-HIV PrEP (Profilaxia Pré-Exposição) e PEP (Profilaxia Pós-Exposição) são utilizados para prevenção combinada contra o vírus.
O que a gente tem hoje é o PrEP e a PEP, então a gente tem a medicação para os pacientes evitarem adquirir o HIV e agora mais do que nunca a gente está vindo aí com a medicação intramuscular. Então vem uma injeção que ela evita adquirir o HIV por até 6 meses, claro que essa injeção tem efeitos colaterais é claro que o paciente tem que ser muito bem avaliado para ser prescrito isso”
A conscientização e educação são fundamentais para informar sobre os riscos, formas de transmissão, sintomas e a importância do diagnostico e tratamento precoce.
Educação sempre é muito bem-vinda, então educação eu acho que é a chave para a solução da maioria dos nossos problemas e quando a gente fala em vacinação de HPV, a gente está falando de vacinação de crianças de nove anos para que elas sejam vacinadas antes de qualquer contato sexual antes de que haja qualquer tipo de exposição, então antes disso os pais têm de serem educados para que eles compreendam a importância dessa vacinação, então a gente quando fala em educação, é educação em todos os níveis né, educar os pais que eles precisam ser vacinados e precisam vacinar os seus filhos o mais breve possível e nas escolas principalmente para que a gente vá para ser ouvidos de retirada de dúvidas”
Confira a entrevista completa aqui:
Por Amanda Motta, sob supervisão