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Bahia registra queda nas mortes violentas em 2024, mas ainda enfrenta crise de segurança

Casos recentes de violência assustam a população, enquanto especialistas discutem as estratégias do estado no combate ao crime organizado

Em 2024, a Bahia registrou uma redução de 8,7% no número de mortes violentas, totalizando 4.440 casos, o que representa o terceiro ano consecutivo de queda. O balanço das ações foi divulgado nesta terça-feira (7) pela Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), em uma coletiva realizada no Centro de Operações e Inteligência (COI), em Salvador. Além das mortes, a SSP reportou 1.557 mortes em confrontos, 106 feminicídios, 19.172 prisões, 94 líderes de facções criminosas detidos e a apreensão de 6.298 armas de fogo, incluindo 86 fuzis.

O secretário de Segurança Pública, Marcelo Werner, destacou o esforço do estado: “Aumento do nosso efetivo policial, aumento de armas apreendidas, aumento de drogas apreendidas, aumento de pessoas presas, lideranças alcançadas, 94 lideranças, inclusive em outros estados da federação”, afirmou.

Apesar dos avanços, a sensação de insegurança continua. Já no início de 2025, a população foi abalada por episódios de violência. No dia 1º de janeiro, em Salvador, a menina Lara Lis, de seis anos, foi morta por uma bala perdida enquanto dormia em casa. No domingo seguinte, sete pessoas foram baleadas em um ataque a um bar na região metropolitana, resultando na morte de uma mulher de 54 anos.

A estratégia adotada pelo estado tem sido o foco na prisão de chefes de grupos criminosos, como destaca a delegada Heloísa Brito: “Eles vão para outros estados, principalmente Rio e São Paulo, na busca por não serem conhecidos para de lá continuarem comandando o tráfico de drogas.”

Porém, o pesquisador de ciências criminais, Luiz Henrique Requião, questiona essa abordagem: “Prender lideranças por si só não resolve, porque novas lideranças surgem. O foco deveria ser na desarticulação das organizações, identificando a origem do dinheiro e combatendo práticas como estelionato, furtos de veículos e a utilização de criptoativos.”

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Enquanto isso, cidades como Jequié, no interior do estado, enfrentam altos índices de violência. Entre sexta-feira (3) e domingo (5), oito pessoas foram mortas a tiros, e dois jovens tiveram os corpos carbonizados. Os crimes estão relacionados a disputas entre facções, e, na segunda-feira (6), Marcos Vinícius Gonçalves, de 20 anos, foi morto após fazer uma postagem nas redes sociais associada a uma facção criminosa.

Por Ana Carolina Bastos

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