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ARTIGO – Atleta e mãe: o desafio de Flavia Maria de Lima em Paris

Pai de sua filha a processa por abandono parental devido às viagens frequentes para competições, expondo disparidade de tratamento entre atletas homens e mulheres

Flavia Maria de Lima, a velocista paranaense e pentacampeã, está atualmente em Paris em busca de mais uma medalha para o Brasil. No entanto, enquanto se dedica ao esporte em território francês, Flavia enfrenta uma batalha judicial no país. Ela está sendo processada pelo pai de sua filha de seis anos por abandono parental.

O processo de guarda movido pelo pai da menina alega que as frequentes viagens de Flávia para competições constituem abandono. Ele anexou ao processo registros das viagens que a atleta faz para participar de competições internacionais, sugerindo que sua ausência compromete o bem-estar da criança.

A aceitação desse tipo de ação judicial levanta uma questão crucial: abre-se um precedente perigoso, onde mulheres podem ser processadas por seguirem suas carreiras como atletas. Isso coloca em xeque a capacidade das mães de conciliar a vida profissional no esporte com a maternidade, um desafio que já é imenso. Vale notar que atletas homens raramente, se é que alguma vez, são questionados ou processados por abandono parental devido a suas viagens para competições, o que expõe uma disparidade gritante de tratamento entre os gêneros.

Flavia, conhecida por sua determinação e garra dentro das pistas, enfrenta agora uma luta igualmente árdua fora delas. A atleta tem sido um exemplo de perseverança, conquistando títulos e quebrando recordes, mas agora precisa defender seu direito de exercer a maternidade enquanto continua sua carreira esportiva.

A situação de Flavia Maria de Lima não é única. Muitas mulheres atletas enfrentam desafios semelhantes, equilibrando suas ambições profissionais com as responsabilidades familiares. Este caso em particular traz à tona a necessidade de um debate mais amplo sobre como a sociedade e o sistema judicial tratam essas questões. É essencial garantir que as atletas possam competir em igualdade de condições, sem que isso comprometa seu direito à maternidade.

Enquanto Flavia corre em busca de mais uma vitória em Paris, sua luta por justiça e reconhecimento continua. O desfecho deste caso pode impactar não apenas sua vida, mas também o futuro de muitas outras atletas que se encontram na mesma situação.

Por Ana Carolina Bastos

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