Afinidade deve ser usada como base para escolher especialidade médica
Em entrevista ao Jornal Band News, a médica Wídma Caitité falou a experiência como acadêmica do curso de medicina da Uesb
É durante a graduação no curso de Medicina que os alunos já começam a escolher quais áreas devem seguir após a formação e o principal fator que deve ser levado em conta é a afinidade com a especialidade.
Em comemoração ao dia do Médico, celebrado na sexta-feira (18), a Band Conquista está realizando uma série de entrevistas durante toda esta semana.
Nesta quinta-feira (17), a médica gastroenterologista e hepatologista Wídma Caitité falou sobre sua área de atuação e sua experiência como acadêmica da primeira turma do curso de Medicina da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb).
Ela falou que, durante a faculdade, os alunos conseguem se direcionar, selecionando as áreas que possuem maior afinidade e no internato conseguem definir qual a área que se pretende seguir.
Em sua experiência, Wídma contou que teve estímulos dos professores que a incentivaram e deram um espelho na forma de agir. Segundo ela, o fato de o tratamento gastrointestinal ter suas particularidades a deixou intrigada e fez com que ela escolhesse essa especialidade.
A médica contou como foi sua experiência como discente do curso de Medicina da Uesb.
“Nós tivemos vários desafios, primeiramente a questão física, porque a Uesb tinha outros diversos cursos e Medicina era um curso novo. A maioria das pessoas chegou meio na incerteza, não tinha certeza de como seria e acabou sendo um grande marco para a cidade, tanto na questão da Medicina, na questão da saúde, a gente consegue identificar que foi um divisor de águas, tanto quanto para o setor econômico, a cidade teve mais imigrantes, vamos dizer assim, muitos estudantes vieram a fim de estudar numa faculdade pública, uma faculdade que veio a ter um renome muito importante. E a gente teve essa dificuldade no começo de questão física mesmo, um lugar pra estudar, a gente tinha um módulo, mas era um módulo pequeno, no período, o professor doutor Abel Rebouças foi quem nos ajudou, porque ele estava sendo o reitor da Uesb, a gente teve muita ajuda dele e muita ajuda também do grupo de professores, que foram guerreiros, pessoas de muito boa formação que vieram para Conquista e escolheram e entraram de cabeça, queriam participar da formação de outras pessoas”.
Wídma relatou que, durante o curso, o método de aprendizagem utilizado foi o PBL (aprendizagem baseado em problemas, em que o estudante recebe um caso e deve estudar como chegar na solução), que incentivava e estimulava muito os estudos e definir os diagnósticos e tratamentos, sendo mais eficaz que o método tradicional. E, para ela, hoje em dia, essa vontade de estudar está se esvaindo, talvez por falta de estímulo.
Ela relatou sua trajetória após a graduação, dando plantões em postos de saúde em cidades do interior como Planalto e Poções. Posteriormente foi para Salvador para fazer a residência em Clínica Médica, no Hospital Irmã Dulce. Ainda fez dois anos de residência em Gastroenterologia no Hospital Famerp, na cidade de São José do Rio Preto, em São Paulo, antes de fazer mais dois anos de residência em Endoscopia, Colonoscopia e CPRE.
Ao ser questionada sobre os desafios do dia a dia na gastroenterologia, Wídma falou que a maior dificuldade é na realização de alguns exames que são caros, que servem como auxílio no diagnóstico e na adesão dos pacientes ao tratamento.
Wídma também falou que a tecnologia veio para ajudar, mas que deve ser usada de forma adequada, como auxílio na prática, e não deve ser usada como a única base para exercer a profissão.
Ela ainda falou que, atualmente, há a residência de Gastroenterologia no Hospital de Base de Vitória da Conquista e deixou como conselho, os mesmo que dá para os residentes: estudar, pensar no paciente, procurar se manter atualizado e escolher a área que se possui mais afinidade.
Confira a entrevista completa aqui:
Por Matheus Guimarães, sob supervisão