Esse é o ponto

Os caminhos conflitantes na terra da Gabriela

Diferente de Itabuna, onde se buscou a unidade da base do governo do Estado na disputa da prefeitura local, em Ilhéus, cidade vizinha, o modus operandi tem sido de racha. Se de um lado o PT defenestrou a candidatura de Geraldo Simões (PT) no curso para seguir com o apoio ao atual prefeito Augusto Castro (PSD), na terra da Gabriela e de Zé Inocêncio (da novela Renascer), o PT caminhou para um lado e o PSD segue para o outro.

Vejamos: neófita na política, a ex-secretária de Ciência e Tecnologia, ex da Saúde e recentemente ex da Educação, Adélia Pinheiro, se afastou das funções para tentar a prefeitura local pelo PT, tanto que seu ato de filiação foi comemorado pelas hostes do campo esquerdista. Se filiou junto a Roberta Santana, atual chefe da Saúde, à sombra de Zé Neto (PT) na contenda de Feira de Santana.

Adélia é um case a ser construído numa região importante para a geografia do voto do Estado. Conhece a região por lá ter nascido e ter feito carreira acadêmica. Foi reitora da UESC e, para tanto, até o corte de cabelo mais curto, que remete ao seu tempo de universidade, assim fez, deixando de lado os cabelos mais longos. Bem possível para já trabalhar uma semiótica de lembrança e proximidade com a região, principalmente após os tempos na capital na chefia das secretarias.

A neo petista conta com o apoio ferrenho do ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), do próprio PT e do governador Jerônimo Rodrigues (PT). Quando cito Adélia como um case em construção é, justamente, a busca por quadros femininos. Por ser sua primeira campanha contra a máquina de Marão (PSD) que abençoou o nome de Bento Lima (PSD), com as honras de Otto Alencar (PSD), e de Bebeto (PSB), vice de Marão, e alijado do processo pelos dois campos políticos da mesma base estadual, não será uma tarefa fácil.

O nome da petista, por exemplo, começa a ser trabalhado para o futuro, pois em 2022 não se escondeu em conversas internas,a vontade de Adélia ter concorrido a deputada federal ou estadual, fato no radar de 2026, diga-se de passagem.

Rui, inclusive, em entrevista recente em uma emissora de rádio local, fez elogios rasgados a Adélia. O fato foi um duro golpe em Marão e sua turma, com nome para sucessão já escolhido, pois ficou evidente como o jogo será jogado pelos caciques do Estado. Há quem diga que desde o início das discussões locais, Rui já teria colocado o nome de Bento em desacordo.

E quem está de camarote acompanhando a novela é a oposição com Jabes Ribeiro (PP) e Valderico (UB). Ambos, por exemplo, seguem na busca de um diálogo para, quem sabe, nutrir uma união e partir para o enfrentamento com o núcleo da situação esfacelado não só na esfera local, como também no apoio estadual.

Se a pré-campanha está pegando fogo em Ilhéus, imagine a campanha oficial. Por sinal, faltam 167 dias para as eleições de 2024. A conferir.

por Victor Pinto

Fonte da notícia: Band Notícias BA

Botão Voltar ao topo
Aviso de cookies do WordPress by Real Cookie Banner