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Você tem medo de ficar velho?

A neuropsicóloga Alessandra Mattos explicou como envelhecer de forma saudável no quadro Band Saúde

Muitas pessoas têm medo do envelhecimento pelas incertezas do que a idade avançada pode trazer às suas vidas. Na maioria das vezes, as doenças são um dos principais fatores que assustam os humanos nesse processo. Mas envelhecer não está necessariamente relacionado com doenças.

Segundo a neuropsicóloga Alessandra Mattos, entrevistada do Band Saúde dessa quarta-feira (7), o envelhecimento é um processo natural da vida.

Eu costumo dizer que a gente envelhece desde o dia que a gente nasce. Mais um dia de vida é menos um dia de vida da nossa trajetória.

Quando o assunto é ficar velho, é recorrente relacionar a saúde, neste sentido, à Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, em dezembro de 2020, os anos de 2021 a 2030 como a Década do Envelhecimento Saudável. A estratégia tem como objetivo construir uma sociedade para todas as idades e busca reunir iniciativas globais com esforços dos governos, da sociedade civil, das agências internacionais, das equipes profissionais, da academia, dos meios de comunicação social e do setor privado para melhorar a vida das pessoas idosas, das suas famílias e das suas comunidades, conforme destaca o texto no site da entidade.

Para a neuropsicóloga, uma das orientações é adotar ações que ajudem a cuidar da saúde e bem-estar, visando ter uma qualidade de vida nos dias atuais e, consequentemente, no futuro.

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As nossas ações de hoje refletem no nosso futuro. Então, a gente precisa tomar cuidado com a nossa alimentação. Realizar uma alimentação saudável, fazer atividade física.

Outro fator fundamental que requer atenção no processo de envelhecimento é a saúde mental, outro ponto destacado por Alessandra Mattos.

Cuidar da mente, principalmente, fazer atividades que promovam o fortalecimento cerebral, que é muito importante, porque reflete na nossa reserva cognitiva. A reserva cognitiva é uma poupança que a gente faz durante o nosso processo de desenvolvimento. Se a gente tem uma boa reserva cognitiva, a probabilidade de adoecer vai diminuindo.

As dicas para ter essa reserva cognitiva, segundo a neuropsicóloga, além de praticar atividades físicas, é ler bastante e fazer coisas diferentes do que está acostumado.

Cronologias da Velhice

Alessandra Mattos explica que há três categorias de idosos: idoso jovem (65 a 74 anos), considerados idosos mais ativos; idoso (75 a 84 anos); idosos intermediários, são pessoas ativas, porém com algumas limitações; idoso mais velho, (85 anos ou mais), que tem maior fragilidade e propensão a doenças. A profissional ressalta que as considerações são características cronológicas, o que não define que os idosos a partir de 85 anos estão impraticáveis.

Não significa que o idoso que tem 85 anos é velho, tá frágil e não consegue fazer mais nada. Porque tem também a idade funcional, que é a capacidade da pessoa interagir no ambiente físico e no ambiente social. Muitas vezes uma pessoa de 80 anos é mais ativa do que uma pessoa de 65 anos de idade.

Outra orientação importante é ter um acompanhamento profissional especializado, principalmente no processo de envelhecimento. A neuropsicóloga, que também presta serviços personalizados, explicou como funciona o atendimento.

Eu vou até a pessoa, faço uma avaliação, verifico o que está acontecendo e elaboro um protocolo de intervenção.

Alessandra também atende em uma clínica em Vitória da Conquista, com grupos de oficina de estimulação, nas segundas-feiras, a partir das 15h. A oficina tem duração de aproximadamente uma hora e meia e tem como foco de trabalho funções cognitivas e funcionalidade.

Por Vitor Carlo

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