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Vereador reeleito fala sobre projetos para o futuro da política em Conquista

Em entrevista à Band FM, Alexandre Xandó destacou as conquistas no primeiro mandato, como a implantação de cotas raciais e a criação de um Conselho Municipal LGBT, além de seus planos para fortalecer a inclusão de pequenos empreendedores e pessoas trans em sua próxima gestão

Alexandre Xandó (PT) é natural da cidade de Ilhéus, no sul da Bahia, e se mudou para Vitória da Conquista ainda na infância. Formado em Direito pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), Xandó também é Doutor em Memória, Linguagem e Sociedade.

Ele foi eleito pela primeira vez em 2020. Em 2022 foi candidato a deputado federal e ficou como suplente. Nas eleições deste ano foi reeleito, com 3.729 votos, sendo o quarto mais votado na cidade.

Sobre o início de sua carreira política, Xandó afirma que a Cultura foi o fator determinante para sua consciência e entrada na política.

Eu costumo relembrar enquanto fator determinante na política, eu só comecei a ter consciência disso um tempo depois, que na verdade não foi diretamente com a política, mas foi através da cultura, ou seja, através da música”

Ele também menciona que seu contato com a política começou de forma social e sindical.

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Quando eu estou me formando, eu começo a ter contato com alguns movimentos sociais, a partir do Levante Popular da Juventude, que é um movimento de jovens. A gente começa a trabalhar com os assentamentos de reforma agrária, associações de pequenos agricultores, o movimento MPA, Movimentos Pequenos Agricultores, com o movimento Hip Hop”

E complementa:

E aí nisso a gente vai expandindo e me torno advogado. Através dessa atuação, assumo a presidência da Comissão de Direitos Humanos da OAB e também fui advogado de sindicatos, sindicatos de servidores públicos e de professores na região. Então, eu fui tendo esse contato com a política, não a partir, primeiro, de uma política eleitoral, mas, sim, de uma política social, de uma política sindical, a política propriamente dita, não necessariamente a política partidária. E aí, só em 2019 que eu decido me filiar ao Partido dos Trabalhadores, apesar de já ser de esquerda e de fazer a campanha do PT, mas eu não era afiliado”

Quanto às diferenças entre um vereador da oposição e um vereador da base da prefeitura, Xandó afirma: “Uma primeira questão que a gente precisa esclarecer pra população, que o vereador de oposição é diferente de um vereador de situação. Porque um vereador que tá do lado do prefeito, ele consegue as coisas. Um vereador que é contra a prefeita, que é aqui o nosso caso, não é contra o município, mas que a gente não tá do lado da prefeitura, que a gente reclama, que a gente fiscaliza, as coisas paraca gente são mais difíceis. Então, às vezes, até pra conseguir uma troca de uma lâmpada, pra conseguir que faça uma limpeza no bairro, pra gente é tudo muito difícil”

Sobre as conquistas em seu primeiro mandato, o vereador destaca: “Primeiro, conseguimos implantar cotas raciais nos concursos públicos, que antes não existiam. No último concurso, já tivemos essas cotas. Isso é parte da reparação histórica, especialmente agora no novembro negro. Em segundo lugar, criamos o Conselho Municipal LGBT, que não existia antes”.

E ele ressalta mais pontos que considera importantes:

Outra conquista importante foi a mudança no Estatuto do Servidor Público, que facilita o horário especial para servidores com deficiência ou que têm filhos com deficiência, como mães de autistas, que enfrentavam muitas dificuldades. Também instituímos o Troféu Paranauê Conquista para valorizar a capoeira. A segunda edição acontecerá no dia 22 de novembro, após um campeonato de capoeira infantil que realizamos no shopping”.

Ainda destacando a acessibilidade, ele ressaltou:

Além disso, conseguimos, nos últimos momentos do meu mandato, a contratação de intérpretes de Libras na Câmara, um anseio antigo da população surda. Esse foi o meu primeiro ato como vereador, no dia 4 de janeiro de 2021, e foram quatro anos de luta, denunciando ao Ministério Público e fazendo pressão. Recentemente, o presidente da Câmara fez uma chamada pública para contratar esses intérpretes, o que também é uma vitória do nosso mandato”

Sobre os projetos para seu próximo mandato, que começa em 1º de janeiro de 2025, o vereador afirma: “Estamos focados em dar atenção especial aos pequenos empreendedores, por meio do projeto Vida Melhor, do Governo do Estado. Esse segmento terá um enfoque importante em nosso trabalho. Além disso, uma das populações mais desassistidas da sociedade são as travestis e as pessoas trans. Enquanto a expectativa de vida média no Brasil é de setenta anos, para essa população é de apenas trinta e cinco. Por isso, buscamos aumentar a inserção de pessoas trans no mercado de trabalho. Já implementamos um projeto e continuaremos cobrando da prefeitura a criação de cotas para travestis e trans nos concursos municipais”

Respondendo a uma pergunta de um ouvinte sobre a posição de alguns vereadores do PCdoB em apoiar a oposição para a presidência da Câmara, Xandó afirma que é importante ter uma mesa mista e explica como ocorre a votação.

A primeira questão a entender é que, para se eleger, é preciso ter os votos da maioria da Câmara, e isso envolve a influência da prefeitura. Além disso, em geral, busca-se formar mesas mistas. É essencial estabelecer acordos entre a maioria e a minoria para que a Câmara funcione. E o que a gente quer é justamente tentar reestabelecer na casa uma harmonia mínima para uma convivência. Porque hoje a gente não tem sequer uma convivência sadia na Câmara de Vereadores. Então, hoje, esse é um dos objetivos que a gente veio tentando trazer, mas que ainda tem muita água pra rolar por debaixo da ponte até o dia 1º de janeiro.”

Confira a entrevista completa aqui:

Por Ana Carolina Bastos, sob supervisão

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