‘Suíça baiana, capital do Sudoeste, joia do sertão baiano…’: Conquista completa 184 anos
Em homenagem ao caráter múltiplo desta terra tão acolhedora e de clima tão especial, a Band Conquista preparou uma série de reportagens e entrevistas ao longo da semana; confira!
Você a conhece por diversos nomes: Suíça baiana, capital do Sudoeste, joia do sertão baiano…, mas o fato é que Vitória da Conquista é reconhecida como um misto de beleza, produtividade e resiliência. O principal município do Sudoeste da Bahia é a máquina que faz girar essa região no estado, sendo, inclusive, também um referencial para municípios localizados no Norte de Minas Gerais.
A Catedral Metropolitana de Nossa Senhora das Vitórias, fundada em 1820, é a primeira igreja católica de Vitória da Conquista e um dos símbolos da fé da cidade. O primeiro terreiro de candomblé da cidade, fundado por Zé Pequeno, foi o marco inicial das raízes afro-brasileiras no município. Com 125 anos de história, a Primeira Igreja Batista Bíblica de Vitória da Conquista foi pioneira na expansão da fé evangélica na cidade. Mas o caráter multireligioso de Conquista também se expressa em diversas outras denominações. A cidade recebe anualmente o maior evento espírita do interior da Bahia, a tradicional Semana Espírita de Vitória da Conquista. O evento atrai visitantes de todo o país, contribuindo, inclusive, para a economia da cidade, através do turismo e hotelaria.
A Faculdade de Formação de Professores de Vitória da Conquista, inaugurada em 1977, deu início ao Ensino Superior na cidade com o curso de Letras. Em 1982, foi integrada à Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), expandindo sua contribuição acadêmica com a implantação do curso de Agronomia, consolidando-se como um marco na educação regional.
Fundada há 67 anos por José Pinho Marinho de Andrade, a Teiú foi a primeira fábrica do Distrito Industrial de Vitória da Conquista e se tornou um referencial no mercado local.
A rica gastronomia é outro traço que o conquistense exporta até para o exterior. Os sequilhos de Vitória da Conquista são importantes para cultura e principalmente para a economia do município.
Conquista 184 anos
Ao longo da última semana, a Band Conquista, que completou 41 anos em 2024, promoveu uma série de entrevistas no Jornal Band News para abordar aspectos a respeito da “Suíça baiana”, celebrando seu aniversário.
Na segunda-feira (4), o professor Pleno da Universidade do Sudoeste da Bahia (Uesb), graduado em Filosofia, mestrado, doutorado e pós doutorado em Ciências Sociais, Itamar Pereira de Aguiar, falou sobre o processo de emancipação da cidade:
Em 1970 alguns fenômenos muito importantes fazem com que a cidade tome a proporção de uma média, e podemos já falar, de uma grande cidade na Bahia. E o advento dessa história é efetivamente a transformação da cidade em polo regional, administrativo regional, onde o governo do Estado centralizou diversos órgãos aqui na cidade. A implantação da cafeicultura e a criação da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia”
A médica e idealizadora e produtora da Feira Cultural Plural, Rosa Aurich, falou sobre os aspectos culturais que mais representam a cidade, na terça-feira (5):
Nesse sentido, a gente tem algumas coisas que a gente pode tá falando, seja na música, seja na comida, seja na parte do comércio, que a gente é muito forte, né? Seja na coisa da antropologia mesmo, né? Quem são esses remanescentes que a gente tem, tanto do ponto de vista das comunidades indígenas como dos quilombos, que também fazem parte, né? Eu acho que esse lugar desse encontro dessa linguagem traz a identidade atual, porque ela também vai se transformando. Então, houve uma época que aqui era o entroncamento. Na época dos tropeiros, etc.., que era o gado, depois veio o café, Conquista sempre foi uma cidade do comércio, hoje é uma área de educação, serviços, porque também a gente vai se transformando“
O coordenador do curso de direito da Unex, Ricardo Menezes, falou na quinta-feira (7) sobre a semana do júri do curso, denominado “Banquete da Morte”, que discute o julgamento do caso que remonta à fundação do Arraial da Conquista. Ricardo explicou o principal objetivo da realização do júri e como ele contribui para a formação acadêmica dos alunos.
É preciso diferenciar o que a historiografia da questão memorialista, né? Nós temos memória e história que precisa ser diferenciado. E um júri, nós sabemos que um júri visa a solução de um caso que por si só apresenta algumas facetas e controvérsias e a respeito daquilo que se passou nós temos todo um procedimento que inicia ali com a investigação policial, inquérito policial. Então, me parece apropriado porque a função do historiador também é investigar os fatos e trazer o mais próximo daquilo que a gente pode dizer a verdade real a respeito do acontecimento. Então me parece que foi oportuno ter essa temática em que os alunos, ao mesmo tempo que tinham que fazer a investigação sobre um caso envolvendo homicídio, também se aproveitaram dessa oportunidade pra investigar melhor um fato histórico que é aí rodeado por controvérsias“
Fechando a série, o geógrafo e arquiteto Mário Rubem Costa Santana, que também é professor da graduação e pós-graduação em geografia na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb) e doutor em arquitetura e urbanismo pela Universidade Federal da Bahia (Ufba).
No início da entrevista, o arquiteto falou sobre o Plano Diretório de Desenvolvimento Urbano (PDDU) da cidade, que deveria ter sido atualizado em 2017. De acordo com ele, a participação popular é fundamental na tomada de decisão dos rumos da cidade:
Não dá para fazer planejamento sem a efetiva participação da população. Eu diria que se você faz um planejamento sem participação da população, você está fazendo… aliás, todo plano de alguma maneira já é um pouco ditatorial, porque você tem que impor algumas coisas. Mas, sem a participação da população, ele é completamente antidemocrático“
A cidade que é entreposto comercial, polo educacional e logístico, reconhecida pelo povo acolhedor, pelos sequilhos e demais itens da culinária tradicional, além do frio mais gostoso da Bahia completa 184 anos neste dia 9 de novembro de 2024.
A Band Conquista celebra esta data com a certeza de buscar, a todo instante, oferecer acesso à informação com responsabilidade e defesa do interesse público, como forma de contribuir para o progresso de uma sociedade que merece ser retratada da melhor forma possível para todo o mundo. Salve Vitória da Conquista!
Por Amanda Motta, Ana Carolina Bastos, Jackson Mendes, Luciana Nery, Marcelo Bonfá, Matheus Guimarães, Pedro Aguiar, Sheila Lima, Vítor Carlo e Zenon Barbosa