BahiaEconomiaPolítica

‘Precisamos não apenas oferecer crédito’, afirma diretor de Comércio, Serviço e Oportunidades de Negócios

Em entrevista à Band FM, José Carlos de Oliveira disse que é preciso garantir que os empreendedores saibam como utilizar o crédito

Nesta quarta-feira (31), o quadro ‘Nossa Cidade’ do Band Cidade trouxe uma entrevista especial com José Carlos de Oliveira, diretor de Comércio, Serviço e Oportunidades de Negócios do Governo do Estado da Bahia. O diretor destacou a importância de tratar o desenvolvimento econômico com a mesma seriedade dedicada às agendas de Saúde e Educação. Segundo ele, a discussão sobre o futuro econômico das comunidades é fundamental para a prosperidade das cidades, vilas e estados.

José Carlos enfatizou que, tradicionalmente, a Saúde e a Educação são prioritárias nos orçamentos, mas destacou a necessidade de uma nova abordagem focada na sustentabilidade econômica. “Precisamos pensar em como vamos estruturar as relações de trabalho e produção que sustentarão o nosso país no futuro”, afirmou.

Desde que assumiu o cargo há pouco mais de um ano, ele tem promovido uma mudança de foco na diretoria, que anteriormente se concentrava apenas em eventos. Agora, o objetivo é desenvolver uma agenda de sustentabilidade econômica por meio do projeto “Territórios Empreendedores”, em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Esse projeto visa criar governanças locais e regionais para liderar o desenvolvimento econômico e fortalecer o micro e pequeno negócio.

O diretor também destacou o problema dos vazios econômicos na Bahia, lembrando que o estado é maior que a França e possui áreas com potencial não explorado. Ele apontou que, embora o comércio e os serviços representem uma pequena porcentagem do PIB, eles são responsáveis por uma parte significativa do emprego no estado e, portanto, devem ser fortalecidos.

Um dos principais desafios que José Carlos abordou foi a necessidade de reverter a alta informalidade no setor. Atualmente, 58% da economia baiana de micro e pequenos negócios opera de forma informal. O projeto “Casa Baiana do Empreendedor” visa transformar salas de empreendedores em centros de apoio, oferecendo serviços de formalização e orientação para acesso a crédito e outras ferramentas essenciais.

José Carlos também mencionou a importância da educação empreendedora e do acesso a crédito orientado para o sucesso dos negócios. “Precisamos não apenas oferecer crédito, mas garantir que os empreendedores saibam como utilizá-lo efetivamente para o crescimento de suas empresas”, explicou.

Outra questão abordada foi à dificuldade enfrentada pelos pequenos empreendedores em vender para o governo. O diretor reconheceu que, apesar de existir um projeto para facilitar as compras públicas, há necessidade de maior educação e suporte para que os empreendedores se preparem para participar dessas licitações. “A questão é como criar condições para que nossos empreendedores possam vender para o estado e, ao mesmo tempo, criar políticas que protejam e incentivem o produto baiano”, disse.

Além disso, ele destacou que a reforma tributária, atualmente em discussão, visa resolver a guerra fiscal entre estados e melhorar o ambiente de negócios. José Carlos afirmou que é fundamental que o estado baiano participe ativamente das discussões sobre a reforma para garantir que as necessidades locais sejam atendidas.

Em resposta a uma pergunta do público sobre a regulamentação e a carga tributária, José Carlos reconheceu a importância de discutir formas de reduzir a carga tributária e simplificar o processo de emissão de notas fiscais. “Estamos acompanhando de perto as reformas e buscando soluções para apoiar nossos pequenos empresários”, concluiu.

Em nossa conversa com José Carlos, ele explicou detalhadamente como funcionam as linhas de crédito oferecidas pelo Banco do Nordeste, respondendo à pergunta da ouvinte Virginia sobre os processos, juros e parcelas.

“O Banco do Nordeste é um grande parceiro do Nordeste, e na Bahia, a equipe liderada pelo superintendente Pedro é muito competente. O doutor Paulo Câmara, que dirige o Banco, é um gestor renomado, ex-governador de Pernambuco, e conheço bem o trabalho dele. A equipe está empenhada e há também agentes de desenvolvimento econômico que realmente buscam o empreendedor para discutir as opções.

No Banco do Nordeste, você tem duas grandes linhas de crédito. A primeira é o Cred Amigo, que oferece diversas possibilidades para o empreendedor. A segunda é o crédito vinculado ao Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE). Esse crédito é conhecido por ter as menores taxas de juros do país, com recursos subsidiados pela União. O FNE é destinado ao Norte de Minas, todos os estados do Nordeste e parte do Espírito Santo.

Vale a pena considerar o FNE para o seu negócio. Dependendo do seu projeto, um plano de negócios simplificado pode ser apresentado para avaliação. O Banco do Nordeste está muito voltado para apoiar os empreendedores, seja para abrir um novo negócio, manter um empreendimento existente, ou buscar recursos para ampliação. A equipe está muito comprometida, e essa nova fase do Banco no governo Lula tem sido positiva para todos os negócios e empreendedores.”

Por Ana Carolina Bastos

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo
Aviso de cookies do WordPress by Real Cookie Banner