Tecnologia

O cérebro apodrecido por conteúdo fútil

É importante deixar claro que este não é um diagnóstico médico ou um termo científico, mas apenas um nome que apareceu na cultura da internet para definir uma possível consequência do nosso comportamento online em consumir conteúdos fúteis para ter uma rápida recompensa e as sagradas doses de dopamina.

Embora não esteja no rol de doenças, esta é uma hipótese que merece mais pesquisas com profundidade porque começam a aparecer pistas de que a coisa está deixando de ser apenas uma brincadeira.

Em matéria do The New York Times, o médico Michael Rich do Boston Children’s Hospital, que investiga sobre o tema, contou que muitos pacientes já usam o “brainrot” como um símbolo de honra. Eles brincam sobre a situação, estão conscientes que o consumo obsessivo desse tipo de conteúdo afetam suas vidas, mas não conseguem abandonar o comportamento.

Não dá para simplesmente ignorar os possíveis efeitos colaterais do consumo excessivo de conteúdos fúteis e fragmentados que vem se intensificando com os novos formatos das redes sociais. Precisamos ter consciência que a cada nova tecnologia, a complexidade dos fenômenos aumenta.

O TikTok mudou ainda mais a dinâmica de interação e consumo de conteúdos online. Com o seu algoritmo poderoso e um design que estimula o usuário a trocar de estímulos o tempo todo, a plataforma construiu um império de retenção da atenção e, assim, influenciou as outras a fazerem o mesmo. Reels no Instagram e Shorts no YouTube não são nada além de cópias deste mesmo modelo.

E isso marca o início do fim da curadoria humana. Hoje, quase tudo o que se consome em vídeo nessas plataformas não é algo que o usuário deliberadamente escolhe assistir, mas o que o algoritmo entende ser o melhor não necessariamente para os humanos, mas para a plataforma.




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