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Mulher na construção civil: desafios e conquistas no mercado masculino

Em celebração ao Mês da Mulher, a Band FM promoveu uma série de entrevistas que destacaram histórias inspiradoras de mulheres que quebram barreiras em diversos campos de atuação.

Na última entrevista desta série, Verena Andrade, sócia-diretora da Andrade Borré Consultoria, compartilhou sua trajetória como engenheira e administradora na construção civil, um setor tradicionalmente dominado por homens. A entrevista abordou as dificuldades enfrentadas pelas mulheres nesse ambiente e o impacto da presença feminina na área.

Verena, que começou sua carreira na área de saúde antes de se apaixonar pela construção civil, falou sobre os desafios de ser mulher em um mercado amplamente masculino. ” é um ambiente extremamente masculino, né? E a gente enfrenta grandes desafios de preconceito, né? De essa parte, assim, de preconceito mesmo. A gente passa muito por isso. Às vezes, nós somos muito comparadas com esse ambiente masculino, assim, ah, será que a mulher, ela é engenheira, ela é competente, né? Então, a gente, na verdade, essa diversidade e essa questão do gênero é a gente enfrenta essas situações, né? No dia a dia, então a gente tem que estar sempre melhor do que o homem pra provar, né? Que nós somos tão competentes como o homem.”, contou. Para ela, a luta contra o preconceito vai além do gênero, incluindo dificuldades tanto com homens quanto com mulheres.

Ela relatou que, apesar dos obstáculos, a experiência de trabalhar em um setor dominado por homens a fez mais forte e resiliente. “Eu enfrento preconceito, mas aprendi a lidar com isso, a superar e a me afirmar no que faço. Não é fácil, mas é possível”, afirmou. Ela também destacou como a falta de mulheres na parte de execução de obras, uma das áreas mais desafiadoras da construção civil, é uma das maiores barreiras. ” Hoje, na parte de execução de obra, que é uma coisa que eu quero implementar, né? Porque eu, eu acho que é onde tem mais o preconceito, eu ainda não consegui colocar mulheres, até porque é um trabalho braçal. E aí, como o homem, ele é mais forte, né? Até pela questão física e tudo, então fica mais fácil a gente conseguir colocar homens nessa linha de execução, vamos dizer assim. Mas o meu escritório hoje é todo composto 100% por mulheres. Então, a parte administrativa são todas as mulheres que tocam, que gerem e lideram junto comigo. “, revelou.

Verena também discutiu a importância de equilibrar a competência e a igualdade de gênero ao contratar profissionais. ” Eu avalio o currículo, experiência. Às vezes não adianta a gente priorizar só a mulher e ela não ser competente para o cargo. Tem que ter competência. Então eu só coloco na minha empresa hoje, independente se for homem ou mulher, pessoas altamente capacitadas e competentes para o cargo”, disse, enfatizando que seu objetivo é oferecer oportunidades para mulheres capacitadas, o que ajuda a promover a igualdade de gênero na sua equipe.

Em relação ao papel das mulheres no mercado da engenharia, Verena citou dados que demonstram a pouca presença feminina na área. ” E hoje a gente só tem no mercado 20% de mulheres com CREA, né? Então, com ativas, vamos dizer assim, aptas a seguir. Então é muito pouco, homem ainda tem 80%. Então, ainda é muito pouco, mas a gente teve um crescimento aí ao longo, vamos dizer, entre 2007 e 2018 para as mulheres dentro da construção civil de 120%.”afirmou. Ela aconselhou as mulheres que desejam seguir carreira na engenharia civil a serem resilientes e a nunca desistirem. ” Eu levei muita pancada, né? E aprendi bastante, mas nunca desistir, né? Sempre erguer a cabeça, ah, se você tem o objetivo, correr atrás que vai dar certo.”, completou.

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A engenheira também compartilhou um exemplo de superação pessoal e profissional ao contar sobre o legado deixado por seu pai, que foi um pioneiro da construção civil em Vitória da Conquista. “Meu pai foi minha maior inspiração. Após sua morte, decidi seguir na construção civil e continuar seu legado”, afirmou. Como resultado, Verena tem se destacado como uma das primeiras executivas na área de construção civil em sua cidade, sendo uma referência para outras mulheres que aspiram a seguir essa trajetória.

Ao final da entrevista, Verena falou sobre o impacto de seus empreendimentos, como o “Residencial Paulo Andrade”, que homenageia seu pai, e o “Miami Garden”, um dos mais modernos projetos imobiliários da cidade. Ela enfatizou a importância de trazer inovação e qualidade para o setor, além de continuar a luta pela presença e valorização das mulheres na construção civil.

Em um ambiente ainda muito dominado por homens, a história de Verena Andrade é um exemplo de perseverança e sucesso, e sua trajetória inspira outras mulheres a buscarem seu espaço em setores considerados predominantemente masculinos.  “Eu sou pioneira, assim como meu pai foi. Continuo abrindo portas para outras mulheres e mostrando que podemos, sim, ocupar qualquer espaço.”, concluiu, deixando uma mensagem de encorajamento para todas as mulheres que desejam fazer a diferença na engenharia e na construção civil.

Confira a entrevista completa:

 

por Ana Flávia Costa, sob supervisão 

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