O Ministério Público da Bahia (MP-BA) e a Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA) realizaram, nesta terça-feira (17), três operações simultâneas para investigar homicídios atribuídos a policiais militares no sudoeste baiano. As ações ocorreram em Jequié, Ilhéus e Lafaiete Coutinho, resultando na prisão de três policiais militares e no cumprimento de 10 mandados de busca e apreensão.
Dois policiais foram presos em Jequié e um em Ilhéus. Entre os detidos, dois também foram presos em flagrante por posse de drogas. Durante as operações, foram apreendidos armas, munições, drogas, celulares, dinheiro, balanças de precisão e outros materiais ligados às investigações.
As operações foram conduzidas de forma integrada entre o MP-BA, por meio dos grupos Geosp (Atuação Especial Operacional de Segurança Pública) e Gaeco (Combate às Organizações Criminosas), e a SSP-BA, com apoio da Corregedoria da Polícia Militar e da Força Correcional Especial Integrada (Force).
As operações tiveram como objetivo esclarecer três mortes ocorridas no município de Jequié, inicialmente registradas como decorrentes de confrontos armados. As investigações, no entanto, apontam indícios de homicídios, incluindo execuções, invasões de domicílios e alterações nas cenas dos crimes.
– Operação Anunciação: investiga a morte de Joelson Macedo dos Santos Gomes, ocorrida em fevereiro de 2023.
– Operação Faxina: apura a morte de Eric Pereira Maciel, registrada em janeiro de 2024.
– Operação Choque de Ordem: dá continuidade à investigação da morte de Kailan Oliveira de Jesus, em maio de 2023.
As mortes em Jequié chamaram a atenção do MP-BA, que acompanha a atuação policial na região. De acordo com o Anuário 2024 do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o município lidera o ranking nacional de letalidade policial. Em 2023, Jequié registrou 74 mortes por intervenção policial, representando 55% do total de homicídios na cidade, com uma taxa alarmante de 46,6 mortes para cada 100 mil habitantes.
As investigações do MP-BA buscam esclarecer os fatos e, se comprovadas as irregularidades, responsabilizar os envolvidos criminalmente.
Por Ana Carolina Bastos, sob supervisão