Uma biomédica de 39 anos foi indiciada pela Polícia Civil de Vitória da Conquista nesta quinta-feira (5)
pelos crimes de exercício ilegal da medicina, lesão corporal grave e falsa identidade.
A suspeita exerce as atividades nos estados da Bahia e Espírito Santo. Ela atendeu num consultório particular na Avenida Otávio Santos, em Vitória da Conquista, quando fez um procedimento denominado “lipo de papada”, no dia 10 de outubro de 2024.
Através de laudo pericial emitido pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT), além de relatórios médicos, ficou comprovado que o procedimento causou incapacidade de ocupações habituais da vítima por mais de 30 dias, além de perigo de vida, já que foi “ocasionado um corte incisivo na região submentoneana (papada) com sangramento ativo”.
Esta é uma prática autorizada somente para médicos.
No ato do procedimento ilegal, que causou o forte sangramento na vítima, a biomédica ligou para o Samu 192. A Polícia Civil teve acesso às gravações da chamada de emergência em que a suspeita se identifica como dentista.
Na chamada, ela fala que não consegue estancar o sangramento para cauterizar e pede para levar a paciente para a Unimed para fazer a limpeza e tomar alguma medicação para parar o sangramento.
Confira alguns trechos da chamada:
“Eu tô aqui no (local), quase finalizando um procedimento de uma paciente, e tem algum vasinho que rompeu e o sangramento tá um pouco mais intenso então não tô conseguindo estancar o suficiente para poder cauterizar esse vaso, entendeu? Na região do pescoço. E como já tem bastante sanguinho na cavidade do pescoço eu não quero que incha mais. Eu prefiro levá-la para UNIMED para poder fazer a limpeza, tomar alguma medicação para parar”
“Eu sou dentista, meu amor. Eu tô finalizando um procedimento corriqueiro e algum vasinho na lateral do pescoço está sangrando um pouquinho mais que o normal. Então, o normal é a gente cauterizar, né? Mas ele tá sangrando um pouquinho mais e aí eu queria entrar com alguma coisa, alguma medicação, alguma coisa no hospital para poder limpar, porque já tem vários coagulozinhos aqui no pescoço só que não tá parando o suficiente e aí eu precisava de ajuda com essa medicação”
Diante da polícia, a indiciada ficou em silêncio durante seu interrogatório e responde ao caso em liberdade. Segundo a polícia, ela pode pegar até 13 anos de prisão, se for condenada.
Por Matheus Guimarães, sob supervisão