
Ao longo do ano, os meses ficam marcados por diversas campanhas de conscientização para combater alguma doença ou chamar a atenção da população para cuidados da saúde.
O mês de janeiro acontece a campanha Janeiro Branco, voltado para chamar a atenção para o cuidado com a saúde mental do idoso.
Em entrevista ao Jornal Band News desta quinta-feira (23), o médico especialista em psiquiatria e coordenador do curso de Medicina da Unex, Diego Ferraz, falou sobre a importância desta campanha voltada para os idosos: “é muito justo nós falarmos disso pertinente a saúde do idoso, porque é um público que vem adoecendo, que vem sofrendo muito com a saúde mental, haja visto o processo de envelhecimento”.
O médico explicou quais os fatores que podem impactar na saúde mental dos idosos.
O grande primeiro fator é o isolamento, a gente sabe que o idoso a partir do momento que há uma limitação aí funcional e tudo, ele fica mais tempo em casa e acaba tendo isolamento e a própria o distanciamento familiar, né? Então, o isolamento, os estressores aí sentimentais, a própria capacidade reduzida, de o que ele fazia antes, não faz mais hoje, isso tudo conflui aí para que nós tenhamos um adoecimento de saúde mental”.
Diego também explicou como utilizar de estratégias para que o idoso não adoeça sua saúde mental.
Nós sabemos que há uma redução ali da produção, às vezes há a aposentadoria, do trabalho que vinha exercendo ali ao longo de vinte e de trinta anos, então sempre está ligado a uma atividade, não fazer a limitação. Se eu encerrei uma carreira em uma demanda, em uma atividade, o importante é ter outras coisas em mente, começar a exercer uma nova arte, começar a fazer alguma arte, terapia, hoje nós temos tantas aí no mercado, né? É, é ocupar seu tempo e fazer uma, o que a gente chama hoje de reserva cognitiva na mente, é fazer com que essa mente que vinha em exercício continue exercitando de alguma forma”.
Ele também falou como identificar os sinais que os idosos apresentam quando estão com a saúde mental adoecendo.
Se ele deixou de ser funcional, se ele parou coisas que ele fazia antes, se houve uma redução até fazê-los domésticos, ele gostava de cortar uma verdura e hoje ele não pede mais para fazer isso. Então isso nos chama a atenção para que alguma coisa errada está acontecendo. A depressão não é só o limite, não é só quando ele acama e ele para de fazer tudo e há um humor deprimido, mas esses sinais que a gente chama de antecipatório já devem ser vistos desde muito antes”.
Escute a entrevista na íntegra aqui: