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Gari sofre corte grave na perna ao coletar lixo de condomínio

Em entrevista à Band Conquista, a técnica de segurança da Torre Empreendimentos orientou a população sobre a forma adequada de fazer o descarte de lixo

Na noite de terça-feira (10), um coletor de lixo sofreu um corte profundo na perna causado por um pedaço de vidro solto durante a coleta de resíduos da empresa Torre Empreendimentos, em um condomínio no bairro Candeias.

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

O repórter Jackson Mendes entrevistou, com exclusividade, a técnica de segurança do trabalho da empresa, Maria Luiza, que explicou o ocorrido.

“Durante esse serviço, nesse momento, o coletor retirou um saco preto, que estava uma travessa dentro, provavelmente quebrada, né, danificou em casa, e aí o morador, ou moradora, enfim, colocou no saco preto e foi descartado de forma indevida. E aí nesse momento que ele pegou, ele não viu o que tinha dentro, porque na agilidade ele pegando, conferindo, e não dá tempo ele conferir o que tem. Então ele, ao retirar para descartar no fundo do caminhão, ela perfurou o saco e aí afetou a perna dele, fez um corte, uma laceração. “

Maria Luiza explicou que, nos condomínios, os moradores colocam seus resíduos num depósito de lixo do condomínio, que os coletores possuem a chave para ter acesso, e fazem a coleta em um dia específico, diferente de como é feito nos demais imóveis dos bairros, onde os moradores colocam os lixos nas portas e o coletor junto com o caminhão passa e recolhe.

Ela também explicou os cuidados que a empresa tem com o colaborador.

“Esse colaborador está afastado da empresa por questão de saúde, ele está sendo acompanhado, foi fornecido os medicamentos para ele, a empresa faz o monitoramento. E quando a gente fala dessa situação, não é só o corte, a gente tem todo um risco, porque tem chorume, que é aquele ‘líquidozinho’ que o lixo gera, que também contamina bastante, então tem risco de contaminação. Quando um colaborador sofre um acidente assim, a gente não trata somente do corte, a gente tem que tratar todo o risco de infecção“.

Maria Luiza orienta que quando for feito o descarte de um material perfuro-cortante, que podem ser, além de vidro, metal e outros matérias pontiagudos, sejam enrolados em papelão, colocados em alguma caixa, colocados em algum saco ou papel e enrolados com durex, para evitar o risco de afetar o coletor de lixo.

Ela também relatou que os descartes de forma incorreta são frequentes, os principais acidentes são provenientes de objetos perfuro-cortantes. De acordo com Maria Luiza, a empresa faz investimentos em EPI, em materiais de melhor qualidade para proteger seus colaboradores.

Maria Luiza explicou quais as consequências que um caso desses tem para as atividades da empresa e, por consequência, para a sociedade.

“Diminui o nosso número de coletores, diminui o nosso nível de atendimento porque pra substituir um coletor também tem todo um procedimento interno, ou seja, o meu coletor que sofreu um acidente aqui hoje, a gente tem que tratar dele e também tratar da solução pra devolver outro para o setor para a gente conseguir atender, mas esse tempo aumenta, então em uma equipe que normalmente são cinco né, com motorista e mais quatro coletores, eu vou ter uma equipe agora com quatro, o tempo vai aumentar, o tempo de trabalho deles vai aumentar a exaustão do restante da equipe, então assim é toda uma situação por trás que a gente pode auxiliar, eu falo a gente porque eu também produzo lixo, eu também ponho o meu lixo na porta, eu posso auxiliar simplesmente protegendo o meu coletor, isolando um perfuro-cortante.

A técnica também falou que a empresa não faz a coleta de resíduos hospitalares, existe uma outra empresa que faz a coleta deste tipo de resíduo. Mas existem casos em que a pessoa tem um familiar doente em casa, tendo atendimento de um técnico de enfermagem ou de enfermeiro em casa. Nesse caso, Maria Luiza pede que este resíduo seja colocado dentro de uma caixa, isolado do restante e identificado como resíduo hospitalar, para que assim, o coletor da coleta domiciliar não vai ter contato nenhum com esse resíduo.

Maria Luiza explica que se ao averiguar, localizar e comprovar que o morador ou condomínio descartaram o objeto perfuro-cortante de forma incorreta, ele pode responder judicialmente pela lesão causada ao colaborador da empresa.

Na cidade de Araras, no estado de São Paulo, há uma lei que pune com multa a pessoa que fizer o descarte irregular de resíduos perfuro-cortantes que causarem lesões nos coletores. A multa é de R$ 200, podendo chegar a R$ 2mil, se o coletor se afastar do trabalho por conta da lesão sofrida.

Por Matheus Guimarães e Jackson Mendes

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