Um homem denunciado por exercer ilegalmente a profissão de dentista foi preso na manhã desta terça-feira (27) em Vitória da Conquista em uma operação conjunta de equipes especializadas da Polícia Civil e da 1ª Delegacia Territorial da cidade. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) informou que a “Operação Criminalis Praxis” fechou um consultório odontológico clandestino que era utilizado por um “dentista prático”, localizada na Rua do Triunfo, centro da cidade.
A Perícia Criminal e Odonto Criminal do Departamento de Polícia Técnica (DPT) acompanhou a polícia durante a ação, assim como representantes do Conselho Regional de Odontologia da Bahia (CRO-BA) e da Vigilância Sanitária de Vitória da Conquista.
No local, foram identificados diversos produtos odontológicos vencidos e instrumentos odontológicos sem a devida esterilização. De acordo com a Vigilância Sanitária, o local não possui licença sanitária e também se encontrava em situação de insalubridade.
O investigado estava na clínica e não apresentou registros de formação e qualificação em odontologia. O fiscal do CRO-BA certificou que ele não possui registro no conselho, não sendo, assim, habilitado para exercer a profissão de dentista ou de técnico em prótese dentária.
Os materiais foram apreendidos pela Vigilância Sanitária e serão incinerados e o local foi interditado pela Vigilância e CRO-BA. Ele só poderá ser utilizado novamente após autorização concedida por estes órgãos fiscalizatórios.
O falso dentista foi preso em flagrante pela prática dos crimes de exercício ilegal da arte dentária, de utilização de produto destinado a fins terapêuticos ou medicamentos sem registro no órgão de vigilância sanitária. Ele pode pegar até 17 anos de prisão pelos crimes cometidos.
A investigação foi iniciada no dia 20 de junho, quando uma vítima registou um Boletim de Ocorrência na Polícia Civil, relatando que no dia 27 de novembro de 2023 pagou R$ 250 para tratamento de um canal pelo investigado, que ela acreditava ser um dentista, já que havia sido atendida por ele outras duas vezes.
Por consequência do procedimento, a vítima apresentou muitas dores e um lado do rosto ficou paralisado e com parestesia, por ter atingido um nervo. A vítima ficou 38 dias internada no hospital, sendo 12 na UTI, onde precisou fazer traqueostomia para drenagem da infecção local do siso.
Assim, a Polícia Civil instaurou um inquérito para apurar as práticas dos crimes de exercício ilegal da arte dentária e lesão corporal para de natureza grave, já que resultou em perigo de vida.
Por Matheus Guimarães