Economia

Descarbonizar aviação pode encarecer passagem, mas empresas já têm planos

Melhora das rotas: Uma forma de voar mais inteligente permite gastar menos combustível, já que os aviões podem ficar menos tempo no ar. A Força Aérea Brasileira, responsável pelo controle do espaço aéreo nacional, lidera o projeto Eficiência de Rotas, voltado para melhoria dos trajetos dos aviões, buscando garantir a segurança, melhorar o tempo de voo e diminuir a queima de combustível das aeronaves.

Usos de dados de voo em tempo real: No Brasil, um sistema de rastreamento de voos adotado pela Azul deverá reduzir as emissões de carbono cerca de 500 toneladas ao ano. Chamado de Sita eWAS Dispatch, ele monitora em tempo real as rotas, sugerindo alterações nos trajetos para evitar trechos com formações meteorológicas desfavoráveis, como tempestades, que acabam fazendo o avião consumir mais combustível para conseguir ultrapassá-las.

Uso de veículos elétricos: Em solo, o uso de veículos elétricos também vem sendo adotado pelas aéreas. São carros de transporte de bagagem, refeições ou passageiros, que usam a matriz energética elétrica, que é renovável. Uma iniciativa do gênero promovida em voos da Latam no aeroporto de Confins (MG) tem diminuído em 114 toneladas as emissões de gás carbônico ao ano. Unidades auxiliares que fornecem energia para os aviões, comumente movidas a diesel, também vêm sendo trocadas por sistemas ligados na rede elétrica dos próprios aeroportos, evitando a queima de combustível.

Gerenciamento inteligente nos aeroportos: Não adianta o avião ficar o menor tempo possível em voo se, ao chegar no aeroporto, terá de ficar vários minutos esperando com os motores ligados até ter autorização para desembarcar os passageiros. Muitas vezes, em aeroportos de grande movimentação, é comum que uma aeronave também tenha de ficar esperando longos minutos até poder decolar. Nesse tempo, os motores estão sempre ligados, queimando combustível. Um exemplo de como essa organização pode ser prejudicial é um voo da ponte aérea Rio de Janeiro—São Paulo, que dura cerca de uma hora, mas há momentos em que os aviões chegam a esperar 20 minutos até conseguirem decolar.

Projeto de turboélice da Embraer, TPNG buscou integrar novas tecnologias de propulsão. Projeto está suspenso hoje
Projeto de turboélice da Embraer, TPNG buscou integrar novas tecnologias de propulsão. Projeto está suspenso hoje Imagem: Divulgação/Embraer

Novas formas de propulsão: Fabricantes buscam novas formas de gerar propulsão para as aeronaves. É o caso de motores elétricos ou movidos a hidrogênio, que ainda estão em fases iniciais de desenvolvimento. A adoção de eVTOLs, conhecidos como carros ou táxis voadores, também deve diminuir a emissão de poluentes indiretamente. Ao fazer trajetos mais rápidos aos aeroportos, essas aeronaves elétricas reduzem a queima de combustível fóssil nos carros, prometendo contribuir, mesmo que em menor grau, para a descarbonização do setor.


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