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Conquista 184 anos: Unex promove júri para estudantes de Direito conhecerem história da cidade

Em entrevista à Band Conquista, o coordenador do curso, Ricardo Menezes, explicou também a diferença entre a historiografia e memória

O município de Vitória da Conquista celebra 184 anos de história neste sábado (9) e, em comemoração, a Band Conquista realiza uma série de entrevistas e reportagens sobre o aniversário da “Suíça Baiana”.

O entrevistado de quinta-feira (7) no Jornal Band News foi o coordenador do curso de direito da Unex, Ricardo Menezes, que falou sobre a semana do júri do curso, denominado “Banquete da Morte”, que vai discutir o julgamento do caso que remonta a fundação do Arraial da Conquista.

Ricardo explicou o principal objetivo da realização do júri e como ele contribui para a formação acadêmica dos alunos.

É preciso diferenciar o que a historiografia da questão memorialista, né? Nós temos memória e história que precisa ser diferenciado. E um júri, nós sabemos que um júri visa a solução de um caso que por si só apresenta algumas facetas e controvérsias e a respeito daquilo que se passou nós temos todo um procedimento que inicia ali com a investigação policial, inquérito policial. Então, me parece apropriado porque a função do historiador também é investigar os fatos e trazer o mais próximo daquilo que a gente pode dizer a verdade real a respeito do acontecimento. Então me parece que foi oportuno ter essa temática em que os alunos, ao mesmo tempo que tinham que fazer a investigação sobre um caso envolvendo homicídio, também se aproveitaram dessa oportunidade pra investigar melhor um fato histórico que é aí rodeado por controvérsias“

O coordenador também explicou sobre o caso que será analisado pelos alunos com a jurisprudência dos dias atuais.

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Então, assim, eu me refiro àquele acontecimento em dado momento quando na verdade uma investigação mais acurada vai nos dar conta de que não se passou exatamente como narrado e também não naquele momento em que as coisas foram ditas. Então a controvérsia, por exemplo, é sobre o João Gonçalves da Costa ter cometido um verdadeiro extermínio de povos indígenas e isso é questionado por alguns na historiografia. O que é fato, é que nós sabemos que na exploração dos aldeamentos que existiu em Vitória da Conquista, papel seja ele bandeirante ou sertanista, representando a coroa portuguesa, o papel dele era conhecer o espaço, explorar o ambiente, porque era de interesse da coroa portuguesa se desenvolver por aqui e assim vai pra Itambé, Itapetinga, até Ilhéus. Essa expansão é feita e me parece que ele tinha por incumbência, o João Gonçalves da Costa, explorar esses aldeamentos que aqui existiam e os povos indígenas aqui habitavam. Então, o veredito será de acordo com a investigação que eles fizeram no inquérito policial, por nós proposto numa perspectiva ainda que com anacronismo, mas uma perspectiva da jurisprudência da norma que existe hoje. Então é importante que esse evento embora tenha sido histórico a gente traz pra realidade atual pra fazer essa análise. Então as controvérsias vão girando em torno disso“

Ele ainda ressaltou que o júri foi criado no ano de 1822, após os fatos que aconteceram no ano de 1808.

Ricardo explicou também a diferença entre a historiografia e memória. Disse que a historiografia “se vale de alguns documentos, de alguns registros que possam nos dar conta de eventos que se passavam a época”, enquanto a memória “é aquilo que alguns, e o próprio historiador que conosco esteve, apontam como sendo um mito criado em torno dessa história”.

O evento tem como objetivo analisar os aspectos historiográficos e morais da cidade, dando o ensejo que os alunos precisam para explorar os fatos apresentados pela defesa e acusação dentro de uma história que envolve todo um povo.

Confira a entrevista completa aqui:

Por Amanda Motta e Matheus Guimaães

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