Caminhoneiro e empresário irão a júri popular por tragédia que matou 39 pessoas em MG

O caminhoneiro Arilton Bastos Alves, que conduzia a carreta envolvida no trágico acidente que matou 39 pessoas na BR-116, em Teófilo Otoni, no Vale do Jequitinhonha (MG), será julgado por homicídio com dolo eventual e 11 tentativas de homicídio. A decisão foi tomada pela Justiça de Minas Gerais, que acatou a denúncia do Ministério Público. O caminhoneiro está preso desde janeiro no Espírito Santo e teve sua prisão preventiva mantida.

O acidente ocorreu na madrugada de 21 de dezembro, no quilômetro 285 da BR-116, quando a carreta de Arilton colidiu com um ônibus de passageiros que viajava de São Paulo para Elísio Medrado (BA). O impacto fez com que o ônibus se incendiasse, resultando na morte de todos os 39 ocupantes e deixando 11 pessoas feridas, incluindo três ocupantes de um carro de passeio atingido pela carga.

O Ministério Público acusa Arilton de ter causado o acidente ao conduzir a carreta sob efeito de álcool, cocaína, ecstasy e medicamentos. Além disso, ele trafegava acima da velocidade permitida e dirigia sem descanso por mais de 12 horas, após ter saído do Ceará no dia anterior. Ele também fugiu do local sem prestar socorro às vítimas.

Além de Arilton, o empresário Hudson Foca, dono da transportadora responsável pela carreta e pela carga, também irá a júri popular. Hudson é acusado de 39 homicídios com dolo eventual e falsidade ideológica. O empresário adulterou o sistema de suporte de um dos semirreboques da carreta para suportar o peso excessivo da carga, uma pedra de quartzito com cerca de 38 toneladas. Ele também falsificou informações sobre a carga e o peso na nota fiscal.

A data e o local do julgamento ainda não foram definidos, e as defesas de Arilton e Hudson podem recorrer da decisão. O caminhoneiro permanece preso enquanto o empresário responde ao processo em liberdade.