Auditoria do INSS aponta 1,9 milhão de pedidos para excluir desconto
A auditoria revela que maioria das cobranças não foi autorizada por beneficiários, o que resultou em prejuízos à autarquia

Uma auditoria interna do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) revelou que foram registrados 1,9 milhão de pedidos de exclusão de mensalidades associativas. De acordo com o órgão, a maioria desses descontos não foi autorizada pelos beneficiários, o que resultou em prejuízos administrativos e financeiros.
O relatório faz parte das investigações da Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal na semana passada para apurar fraudes em descontos consignados. Parte do sigilo judicial foi levantada nesta segunda-feira (28).
Segundo os auditores, os descontos irregulares impactam a fila de espera do INSS e atrasam o atendimento daqueles que procuram o órgão. O levantamento estima que o tempo dedicado exclusivamente a esses atendimentos corresponderia a 49.045 dias de trabalho de um servidor com jornada de oito horas diárias.
Além disso, 90% dos requerimentos indicam que o desconto foi realizado sem autorização dos beneficiários.
O documento também destaca um prejuízo financeiro estimado em R$5,9 milhões, arcado pelo próprio INSS, embora os acordos com as entidades prevejam que os custos sejam pagos pelas associações. Segundo a Dataprev, responsável pelo processamento dos dados, não há contrato direto com as entidades, o que obriga o INSS a assumir os custos, atualmente de R$0,10 por desconto realizado.
O documento também aponta um prejuízo financeiro. Segundo a auditoria, o INSS acumulou perdas de R$ 5,9 milhões com os custos das operações, apesar de os acordos com as entidades preverem que essas despesas sejam arcadas pelas associações. De acordo com a Dataprev, empresa responsável pelo processamento dos dados, não há contrato direto com as entidades, o que obriga o INSS a assumir os custos, atualmente de R$ 0,10 por desconto realizado.