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‘A demissão prejudica a população como um todo’, afirma presidente do Sindicato dos Bancários

Segundo Leonardo Viana, estudos revelam que cerca de 80% da clientela só utiliza o serviço bancário, outros 20% é o que dá retorno e lucro para o banco

As demissões de funcionários de banco na região têm gerado inúmeros transtornos à população que depende dos serviços bancários. A afirmação é de Leonardo Viana, presidente do Sindicato dos Bancários de Vitória da Conquista e Região. O representante da categoria foi o entrevistado de segunda-feira (5) no Jornal BandNews.

Segundo ele, “a demissão prejudica a população como um todo, que vai às agências e não encontra mão de obra para ser atendido no tempo necessário que manda a lei.”

Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) apontam que 43 bancários foram desligados entre 2022 e 2024 em Vitória da Conquista. O presidente do sindicato afirma que o impacto das demissões é perverso para a categoria, devido ao formato de trabalho dos bancos, com muitas metas e números a serem batidos.

“Quando o banco demite um funcionário, uma funcionária, ele não diminui a sua meta proporcionalmente à falta daquele funcionário. O que ele faz? Ele acumula aquela meta para que os funcionários que ficaram na agência deem conta de correr atrás. E isso tem provocado uma série de adoecimentos na categoria.”

Ainda de acordo com Leonardo, isso se justifica devido a categoria dos bancários serem a que mais adoece por doenças relacionadas ao trabalho.

“Os dados do INSS mostram isso. A Ler Dort e agora, mais recentemente, esse mal do século, que são as doenças de trato mental, o estresse, a depressão, a síndrome de burnout.”

Para a região de Vitória da Conquista, por exemplo, o presidente argumenta que a categoria é a que mais demanda atendimento no Centro de Referência em Saúde do Trabalhador, Cerest, do município.
Outro ponto abordado por Leonardo sobre as demissões, é que elas prejudicam também a população.

O sindicato tem acompanhado os bancários demitidos dando assistência às questões jurídicas e à saúde.

“Nós temos um departamento de saúde que faz todo esse acompanhamento com os bancários, casado com acompanhamento jurídico. A gente consegue dar uma orientação, inclusive, o encaminhamento dessa categoria para o INSS, na medida que o adoecimento demande algum tipo de afastamento da categoria. A gente tem dado todo esse suporte desde o início do tratamento até, por últimas consequências, o afastamento para o tratamento da saúde. A gente faz o acompanhamento do início ao final.”

O presidente do sindicato alerta aos trabalhadores do setor que, caso aconteça qualquer problema na agência, a orientação é ligar para o sindicato.

“A gente tem criado canais, inclusive, para comunicar com a categoria de forma sigilosa, pelo WhatsApp, pela internet, também pelas redes sociais, para a gente poder prestar atendimento e o colega não se sentir exposto e ter medo de buscar o sindicato, porque a gente também está lá para fazer essa defesa do direito dos trabalhadores.”

Além do sindicato dos bancários e de outros setores, o presidente destacou também que a Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara de Vereadores precisa atuar nesse sentido.

“Mas eu queria também, para finalizar, chamar a atenção da população, que a gente tem uma campanha salarial da categoria bancária em curso. Mas é uma campanha salarial que ela tem um cunho social muito grande e por isso a população precisa também acompanhar o que está desenrolando. Porque muito da nossa luta na campanha salarial ela diz respeito ao dia-a-dia da atividade bancária e que reflete na população.”

Ao final da entrevista Leonardo Viana enfatizou que ter mais bancários trabalhando é interessante para a população. “É uma luta que a gente faz. Então, a gente pede que a população acompanhe a nossa mobilização, as nossas pautas de reivindicação, porque também tem muita coisa de interesse aí da população”, conclui o presidente.

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