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‘A cultura sempre foi o patinho feio dos orçamentos públicos’, afirma professor

Em entrevista ao Jornal Band News, Dirlei Bonfim pediu a reforma imediata do teatro Carlos Jehovah

No Jornal Band News desta segunda-feira (29), recebemos o professor e coordenador do Movimento Artístico e Cultural de Vitória da Conquista (MAC), Dirlei Bonfim, que discutiu sobre a reforma e resgate da memória do Teatro Carlos Jehovah.

O professor iniciou a entrevista falando sobre o surgimento do MAC, que ocorreu no dia 1º de maio de 1986, destacando a relação do movimento com o teatro desde seu início, já que aconteceu na escadaria do próprio Teatro Carlos Jehovah, que havia sido fundado quatro anos antes. Ele citou algumas das pessoas que participaram da fundação do movimento, como Gildásio Leite, Deusdete Dias e os já falecidos Edilson Diu e Paulo Marcena.

Em seguida, Dirlei Bonfim falou da importância do teatro e da memória de quem ele representa.

“O teatro Carlos Jehovah não é apenas um equipamento ou um simples espaço cultural, quando falamos sobre aquele espaço, estamos falando também sobre a história de um nome gigante da cultura de Vitória da Conquista, estamos lembrando um escritor, teatrólogo, um poeta e educador, o mestre Carlos Jehovah.“

Ele reclamou da falta de investimento dos governos na cultura: “A cultura sempre foi o patinho feio dos orçamentos públicos”.

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Essa falta de investimento, segundo Dirlei, é tanto do município, do estado e da União.

O teatro foi reformado em 2002 e reinaugurado logo depois, mas, de acordo com Dirlei, não foi a reforma que a classe artística havia solicitado, foi uma reforma “acanhada”. Atualmente, o teatro se encontra sem condições de funcionamento.

Além da reforma imediata do teatro, Dirlei também pediu que outros espaços culturais da cidade também sejam recuperados, como o Cine Madrugal, ele ainda cita como exemplo o Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima, que, de acordo com ele, por muito tempo ficou inutilizado, e hoje é um dos principais espaços culturais da cidade.

Outro local que necessita de reforma é o mercado de artesanato municipal, localizado ao lado do teatro, em que a estrutura do prédio, de acordo com Dirlei, é antiga e a partir do momento em que não se oferece a estrutura arquitetônica que os artesãos e comerciantes precisam, acaba deixando aquela parte da cidade abandonada.

Dirlei enfatizou que a luta pela cultura e pela arte é apartidária: “é válido sempre registrar e salientar que a cultura, assim como a educação e as artes não tem cor partidária, não tem partido político, quem luta pela cultura, quem luta pela educação e pelas artes, está lutando por algo tão nobre”.

O coordenador pediu que sejam criadas políticas públicas para que ocorram mais projetos culturais na cidade durante todo o ano, não se atendo a apenas dois, que são feitos na época do São João e no final do ano.

Para o professor, o que falta não são verbas a serem investidas, mas sim a boa vontade de se destinarem as verbas existentes para a cultura do município. Ele citou, como exemplo, que que o investimento feito nas festas de São João da cidade, apenas 10% do valor faria a reforma imediata do Teatro Carlos Jehovah. Então, para ele, basta que a cultura seja mais valorizada pelo governo municipal, para que os grandes nomes artísticos do município e a cultura de Vitória da Conquista esteja sempre na memória da cidade.

 

Por Matheus Guimarães

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